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Jogadoras são agredidas por torcedoras do Bahia em Salvador

Crime aconteceu quando atletas esperavam início do clássico entre Bahia x Vitória, válido pelo Campeonato Baiano Feminino, em Pituaçu

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/TV Bahia

Duas jogadoras de futebol foram atacadas por torcedoras do Distrito Feminino, uma das torcidas organizadas do Bahia, enquanto esperavam o início do clássico entre Bahia x Vitória, válido pelo Campeonato Baiano Feminino, no estádio de Pituaçu, em Salvador. As informações são do g1

O caso aconteceu no final da tarde de sábado (19). As jovens, que preferiram não revelar a identidade, decidiram assistir a partida com amigas.

Segundo relatam, as agressões aconteceram menos de 10 minutos após a chegada delas no estádio. As agressoras as observaram e se juntaram para agredi-las.

A mãe de uma das jogadoras, que também preferiu não revelar a identidade, afirmou que nunca tinha deixado a filha ir para um jogo, por causa do segurança.

"Ela disse que tinha conversado com o técnico, ele deixou ir, desde que ficasse distante e com roupas neutras. Aí eu permiti e mandei ela ter cuidado", contou.

A filha da mulher relatou para a mãe como foram as agressões.

“Já foram socando, mandando sair e dizendo vários palavrões. Elas tentaram sair, mas as torcedoras estavam agredindo”.
Nesse momento, conforme a mulher, policiais militares pediram para que as jogadoras saíssem do estádio.

“Os policiais vieram para cima da gente, mandando a gente sair, como se a gente tivesse culpa. Que polícia é essa? Eles estavam ali para proteger e não fizeram nada”, contou a atleta para a mãe.

A jogadora também disputa o mesmo campeonato e jogou a partida do time dela no domingo (20).

“Ela está com muito medo, tanto que no outro dia ela teve jogo e jogou muito mal. Ela acordou e disse que não conseguiu dormir, porque não conseguiu fazer nada para ajudar as amigas”, afirmou a mãe da atleta.

Por causa das agressões, a mãe da jogadora afirmou que foi a primeira e a única vez que a jovem foi assistir um jogo no estádio.

“Minha filha é uma atleta, ela precisa e gosta de ver jogos, mas ela não quer mais. Eu também não tenho mais coragem de deixar ela ir”.

Esse caso de agressão não foi o único registrado durante o clássico de sábado. Um vídeo flagrou o momento que um homem, sentado, recebe vários murros de uma mulher, e chutes de um outro homem.

Não é possível ver se o homem agredido era torcedor do Bahia. Os agressores vestiam camisas do time.

Adolescente agredido

As agressões aconteceram um dia antes de um adolescente de 17 anos ser agredido por torcedores do Bahia, com socos e chutes, no bairro de Sussuarana, em Salvador. A vítima teve o maxilar quebrado.

Um vídeo mostra o momento em que a vítima passa pelo local, é abordada e recebe murros e chutes de um grupo formado por mais de 15 homens, vestidos com uniformes da torcida Bamor, mesmo desacordada.

A polícia chegou a divulgar que o jovem espancado seria torcedor do rival dos suspeitos, o Vitória. No entanto, segundo a família da vítima, ele não torce pelo clube.

A Polícia Civil disse também que em outra ocasião, ainda neste domingo, três homens foram levados para a Central de Flagrantes, por policiais militares, e depois liberados. Um dos detidos é suspeito de integrar o grupo de torcedores que agrediu o adolescente em Sussuarana.

De acordo com o registro, o trio foi levado à delegacia por praticar atos de vandalismo e com eles foram apreendidos nove rojões, uma bomba caseira e três soqueiras de metal. A polícia informou que eles responderão a inquérito policial.

Em nota, a Bamor informou que repudia os atos ocorridos no último domingo, em Sussuarana, e que a instituição além prezar pelo apoio incondicional ao Bahia, pela festa na arquibancada, pelo respeito aos torcedores e a paz nos estádios.

Conforme a torcida organizada, os três integrantes levados para a delegacia foram liberados, porque a polícia entendeu que eles eram inocentes. Essa informação é diferente da divulgada pela Polícia Civil, que afirmou que apesar deles terem sido soltos, responderão a inquérito policial.

A Bamor afirmou ainda que espera que a situação seja apurada e esclarecida, e que se algum associado envolvido for identificado, seja punido no rigor da lei e dentro das possibilidades do Estatuto do Torcedor.

"Reiteramos, uma vez mais, a necessidade de conscientização de todos os torcedores, associados ou não, para que evitem qualquer tipo de ato que possa gerar tumulto e violência", afirmou a torcida, na nota.

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