Inquérito revela que Djidja Cardoso era torturada pela mãe
Funcionária da família relata agressões e abuso de cetamina e anabolizantes; três réus são acusados por tráfico de drogas
Foto: Redes Sociais
Nesta terça-feira (3), o inquérito sobre a morte de Djidja Cardoso revelou detalhes chocantes sobre as condições que levaram à tragédia. De acordo com o depoimento de uma funcionária da família, Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja, agia com extrema agressividade em relação à filha, que era frequentemente agredida com beliscões, torções no braço e puxões de cabelo. “Djidja estava fraca e mal conseguia se defender, e sempre pedia para Cleusimar parar com o comportamento que a machucava”, relatou a empregada.
Além das agressões físicas, a família Cardoso fazia uso abusivo de drogas, como a cetamina e o anabolizante Potenay, usado originalmente para a recuperação de animais de grande porte. A funcionária detalhou que a cetamina, que causou a morte de Djidja em maio, era administrada de forma sistemática, dividida em doses específicas para cada membro da família. O uso de analgésicos também fazia parte da rotina, com a família utilizando códigos para pedir os entorpecentes.
A dependência química de Djidja era bem conhecida por seus familiares, que tentaram intervir diversas vezes sem sucesso. Segundo a empregada, denúncias foram feitas, mas a entrada dos denunciantes na residência foi constantemente bloqueada pela mãe e pelos funcionários da casa. “Ela ficou muito dependente, então não vivia mais sem (a cetamina). Nós fizemos BOs, mas não podíamos fazer nada”, lamentou.
Em julho de 2024, o Ministério Público do Amazonas formalizou a denúncia contra Cleusimar Cardoso, seu filho Ademar Cardoso e o ex-namorado de Djidja, Bruno Roberto da Silva, por tráfico de drogas. O grupo, que também formava o grupo religioso “Pai, Mãe, Vida”, promovia o uso indiscriminado de cetamina. Cleusimar e Ademar estão presos desde o dia 30 de maio, e a Justiça ainda pode incluir outras acusações no processo.