Facção 'Anjos da Morte' declara toque de recolher em Caraíva após a morte de seu líder
Conteúdo da mensagem, assinada pela facção, exigia a colaboração dos moradores

Foto: Reprodução / Rogério Naba / Ascom Prefeitura de Porto Seguro
No último sábado, (10), um dos destinos turísticos mais visitados da Bahia, Caraíva, localizada no município de Porto Seguro, foi palco de um episódio tenso. A facção criminosa conhecida como Anjos da Morte (ADM) impôs um toque de recolher na região, deixando a comunidade em alerta.
A ordem para que estabelecimentos comerciais fechassem suas portas foi dada por meio de um comunicado que circulou nas redes sociais. De acordo com a mensagem, a decisão foi uma reação à morte de um dos líderes do grupo, que aconteceu durante uma operação das forças de segurança estaduais e federais.
O conteúdo da mensagem, assinada pela facção, exigia a colaboração dos moradores e comerciantes: “Não queremos nada aberto dentro da favela. Vamos colaborar todos e que tenha compreensão sobre a situação que estamos passando no momento. Quero deixar bem claro que é para fechar tudo e quem não colaborar vai estar sofrendo as consequências. Então, por favor, colabora com nós (sic). Ass FML ADM”, dizia o aviso.
Morte do líder da facção
Na mesma noite, forças policiais estaduais e federais realizaram uma operação direcionada ao combate ao crime organizado em Caraíva. O alvo da ação era Ramon Oliveira Cruz, de 33 anos, conhecido no mundo do crime como “Alongado” e considerado um dos principais líderes dos Anjos da Morte.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), Alongado foi alvejado e não resistiu aos ferimentos durante a tentativa de prisão. Outro homem, identificado como segurança do criminoso, também foi atingido e não sobreviveu. Durante a operação, a polícia apreendeu uma pistola, um revólver, um carregador, munições e porções de entorpecentes.
O contexto dos Anjos da Morte
A facção Anjos da Morte ganhou visibilidade nas últimas semanas, principalmente após um caso envolvendo a filha de Yane Matos, uma mulher que havia sido presa por planejar a morte da própria mãe. A jovem, juntamente com o namorado, atraiu a mãe para uma emboscada, um tipo de ação que é frequentemente associado ao modus operandi do grupo criminoso.
Alinhados com o Bonde do Maluco (BDM) na Bahia, os Anjos da Morte também mantêm uma relação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) em nível nacional. Dentro desse cenário, as facções menores, como os Anjos da Morte, são descritas como ramificações do BDM em algumas regiões de Porto Seguro. Essas alianças refletem uma dinâmica de poder que busca rivalizar com outras facções poderosas, como o Comando Vermelho (CV), através de sua simbologia e atuação no tráfico de drogas e outros crimes.