Braga Netto entregou dinheiro em sacola de vinho para plano de matar autoridades, diz Moraes
Os detalhes constam da decisão em que o ministro Alexandre de Moraes mandou prender o general
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou em seu depoimento à Polícia Federal que o dinheiro entregue pelo general Walter Braga Netto para financiar um plano que envolvia o assassinato de autoridades “foi obtido junto ao pessoal do agronegócio".
Em seu inquérito, a PF cita o depoimento de Cid na manifestação em que pediu a prisão do general. Segundo Cid, em uma "reunião no Palácio do Planalto ou na Alvorada", Braga Netto "entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação". Ainda de acordo com a versão do ex-ajudante de ordens, o general "afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio".
“O Coronel De Oliveira esteve em reunião com o colaborador e o General Braga Netto no Palácio do Planalto ou da Alvorada, onde o General Braga Netto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho. O general Braga Netto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio”, diz trecho do depoimento.
Diálogos obtidos pela Polícia Federal durante a investigação sobre a trama golpista revelaram que o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira, que foi preso em fevereiro após operação, discutiu com Mauro Cid o pagamento de R$ 100 mil para custear a ida de manifestantes a Brasília.
As investigações apontam que o valor teria sido levantado para a execução da trama golpista que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia ganhado as eleições naquele ano contra o então presidente Jair Bolsonaro. O valor teria sido acertado em uma reunião na casa do general ocorrida no dia 12 de novembro, em Brasília.