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Megaterremotos, entenda sobre o poderoso fenômeno natural

Governo japonês alertou população sobre um super terremoto dentro de 30 anos

| Autor: Lucca Anthony

Foto: Wikimedia Commons via BBC

Terremotos e outros desastres naturais ocorrem com frequência em diversas partes do mundo. Recentemente, um terremoto de magnitude 7 atingiu o Mianmar, causando sérios danos à população e à infraestrutura do país. Com grande intensidade, o tremor resultou em 3,4 mil mortes, destruição de milhares de casas e prejuízos milionários. 

No entanto, o terremoto no Mianmar não pode ser comparado ao que pode ocorrer no Japão, um dos países mais vulneráveis a desastres naturais.

O DESASTROSO FUTURO JAPONÊS:

O governo japonês emitiu um alerta sobre a possibilidade de um terremoto de magnitude 9 ocorrer dentro de 30 anos. Este tipo de evento, classificado como "Megaterremoto", ocorre uma vez por século e é um dos maiores fenômenos registrados na escala Richter.

O Japão se prepara para enfrentar esse potencial desastre, que pode resultar em 300 mil mortes, 9 mil incêndios e trilhões de dólares em prejuízos. Essa previsão foi baseada no estudo dos ciclos de atividade da crosta terrestre, já que os terremotos não podem ser previstos com exatidão.

COMO OCORREM OS TERREMOTOS:

Os terremotos são causados pela movimentação das placas terrestres e segundo a estudante de Geologia da UFBA, Laura Pamponet, a movimentação é por conta da alta temperatura de 4.440°C a 6.000°C, a qual aquece as rochas que se encontram na astenosfera e logo depois se tornando denso e esfriando, ocorrendo assim o processo de correntes de convecção.

"Essas correntes de convecção movimentam as placas litosféricas causando entre elas, por vezes, convergência (choque), divergência (afastamento) e falha transformante (o deslizamento lateral das placas)", afirmou a estudante.

No Brasil, não há risco de terremotos significativos, pois o país está distante das zonas de convergência das placas tectônicas.

A VULNERABILIDADE DO JAPÃO:

Ao contrário do Brasil, o Japão está localizado no Círculo de Fogo, onde ocorre a convergência de quatro placas tectônicas. Por isso, o país é frequentemente atingido por terremotos e tsunamis. A população japonesa tem convivido com situações extremas há décadas. Além disso, o Japão está situado sobre a Nakai Trough, uma zona de subducção, responsável pela formação de grandes terremotos.

Conforme o governo japonês, o país tem 80% de chance de enfrentar um terremoto de grande magnitude, devido à zona de subdução que se encontra perto do território japonês. 

NAKAI TROUGH E ZONAS DE SUBDUÇÃO:

As zonas de subducção são locais onde ocorrem os terremotos mais potentes e catastróficos. A Nakai Trough é uma das maiores dessas zonas, com 700 km de comprimento. Nessa região, terremotos de grande magnitude são registrados a cada século. Os terremotos de 1944 e 1946, ambos com magnitude 8,1, causaram devastação em várias cidades, com pelo menos 3.000 mortos e dezenas de milhares de casas destruídas.

Nas zonas de subducção, uma placa tectônica mergulha sob outra, aumentando a pressão e causando tremores de terra com grande intensidade, já que há um grande comprimento. Esse processo de subducção ocorre nas linhas convergentes das placas, sendo uma das falhas geológicas mais perigosas, resultando em terremotos de altíssima potência.

Além disso, de acordo com Laura a quatro outros fatores que impactam na força dos megaterremotos: "Tamanho da falha geológica envolvida, acúmulo de tensão ao longo do tempo, tipo de limite de placa e a profundidade do foco do terremoto".

CONSEQUÊNCIAS DO DESASTRE: 

As consequências são diversas e afetam várias áreas da sociedade, a economia, infraestrutura de edifícios, como também centenas de vidas, conforme visto nos antigos casos de megaterremotos no planeta.

Segundo Laura, "com o acontecimento desse fenômeno, os edifícios, pontes, estradas, hospitais e casas podem desabar, especialmente se não forem projetados para resistir a abalos de grande magnitude. O desabamento de grandes construções e deslizamentos de terra nos leva a um grande impacto econômico, sendo milhões ou bilhões em prejuízos, bem como a interrupção de atividades comerciais, industriais e portuárias. Devido a desabamentos, incêndios (em casos de curto-circuito e vazamento de gás), soterramentos e quedas de estruturas, o número de pessoas feridas e mortas chega a milhares e centenas de milhares."

Proporcionalmente ao megaterremoto acontecer na zona de subducção e, no fundo do mar, um tsunami de poder extremamente destrutivo virá. 

PLANOS DE CONTINGÊNCIA E PREPARAÇÃO PARA DESASTRES:

Para mitigar os impactos de desastres naturais, diferentes países adotam planos de contingência. No Brasil, por exemplo, o Diretor Geral da Defesa Civil de Salvador (CODESAL), Sosthenes Macedo e o geólogo da casa João Paulo, explicaram, em entrevista exclusiva, como a CODESAL utiliza o Plano Preventivo da Defesa Civil (PPDC). O processo é baseado em uma série de operações para reduzir os riscos de desastres. Quando um evento climático extremo ocorre, como chuvas intensas, a Defesa Civil realiza a observação das áreas afetadas e emite alerta conforme a gravidade da situação, indo de observação com geólogos e profissionais, a evacuação da população em áreas de risco, utilizando sirenes de aviso. 

No Japão, devido à sua vulnerabilidade a terremotos e tsunamis, o governo adota várias medidas preventivas. As cidades costeiras constroem muralhas contra tsunamis, e os edifícios são reforçados com sistemas anti-sísmicos. Além disso, o Japão investe em sistemas de alerta, sismógrafos distribuídos pelo país, e em treinamentos preventivos para a população. O governo também armazena alimentos e água para situações de emergência, além de orientar a população a fixar móveis, usar filme anti-estilhaço nos vidros e manter equipamentos como rádio e lanterna preparados para possíveis evacuações.

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