NotíciasMundoItamaraty repudia acusação de antissemitismo por parte de ministro israelense contra Lula

Itamaraty repudia acusação de antissemitismo por parte de ministro israelense contra Lula

Governo brasileiro cobrou responsabilidade de Israel sobre os 63 mil mortos palestinos em Gaza

| Autor: Redação - Varela Net
Lula sentado com uma bandeira de Israel ao fundo, em 2011

Lula sentado com uma bandeira de Israel ao fundo, em 2011 |Foto: Sérgio Lima

Nesta terça-feira (26), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) repudiou de forma dura as declarações do ministro da Defesa e ex-chanceler israelense, Israel Katz, que fez sérias acusações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em suas redes sociais, Katz afirmou que Lula é “antissemita declarado” e “apoiador do Hamas”, grupo palestino que conflita com o Estado de Israel na Faixa de Gaza.

As acusações acontecem após mais uma crítica do petista contra o "genocídio" praticado por Israel na Faixa de Gaza e afirmou que crianças são assassinadas no território palestino “como se estivessem em guerra”.

“Nós temos a continuidade do genocídio na Faixa de Gaza, que não para. Todo dia tem uma novidade, todo dia mais gente morre, todo dia crianças estão com fome, aparece na mídia crianças totalmente esqueléticas atrás de comida e são assassinadas como se estivessem em guerra. São assassinadas como se fossem do Hamas”, disparou Lula.

O presidente brasileiro é "persona non grata" em Israel desde fevereiro de 2024, quando classificou as mortes de civis em Gaza como genocídio publicamente pela primeira vez. Na ocasião, o presidente retirou de Israel o embaixador Frederico Meyer, que ocupava o principal posto da representação brasileira em Tel Aviv e, em um gesto político, ninguém foi indicado para ocupar a embaixada na capital israelense.

O Itamaraty, por sua vez, se posicionou oficialmente diante das declarações do ministro da Defesa de Israel.

“Como ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”, afirmou o MRE, destacando também que as operações militares israelenses em Gaza já resultaram na morte de 63 mil palestinos, dos quais um terço são mulheres e crianças.

Além disso, na segunda-feira (25), o Itamaraty condenou os bombardeios de Israel contra o hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Os ataques provocaram a morte de ao menos 20 palestinos, fora outras dezenas de pessoas que ficaram feridas.

“Espera-se do Sr. Katz, em vez de habituais mentiras e agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital Nasser, em Gaza”, disse o MRE.

O Itamaraty ainda afirmou que Israel está sob investigação da Corte Internacional de Justiça por suspeita de violação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.

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