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Irã instala câmeras de monitoramento para identificar mulheres sem hijab

Vestimenta é obrigatória no país e autoridades prometem punições severas para qualquer descumprimento

| Autor: Redação

Foto: Pexels

O Irã introduziu um sistema de monitoramento nos espaços públicos do país neste sábado (8), em tentativa de punir mulheres que desafiam as regras de uso obrigatório do hijab. Segundo as autoridades locais, qualquer desafio ao código de vestimenta do país "mancha a imagem espiritual do Irã e espalha insegurança".

Através das câmeras, as mulheres sem o hijab serão identificadas e "receberão mensagens de texto de advertência sobre as consequências". O Irã vive a maior onda de protestos contra o governo em décadas, motivada pelo uso obrigatório da vestimenta e da repressão contra mulheres que se recusam a usá-la.

Na última semana, a Justiça do país emitiu uma ordem de prisão contra duas mulheres que foram agredidas por aparecerem em público sem o hijab. A ordem de prisão contra elas foi autorizada por "cometer um ato proibido", em referência a não utilização do hijab.

Morte de Mahsa Amini e protestos

Há meses, o hijab se tornou o principal ponto de protestos no Irã. Manifestações tomaram as ruas das principais cidades do país após a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, que estava sob custódia da polícia moral local. Ela foi detida por supostamente descumprir o código de indumentária do país, que obriga o uso do hijab.

Milhares de pessoas foram às ruas protestar por mais liberdades no país, mas acabaram envolvidas em uma onda de violência massiva, depois de contramanifestações serem convocadas pelo governo, que também ordenou uma forte repressão dos atos populares.

Os números de mortos e feridos divergem na contagem de ONGs de direitos humanos e da Guarda Revolucionária do Irã, mas ao menos 300 pessoas morreram em protestos e outras centenas ficaram feridas ou foram presas.

Em dezembro, um jovem de 23 anos foi a primeira pessoa a ser executada publicamente por envolvimento com os protestos. Outras execuções autorizadas pela justiça iraniana foram realizadas desde então. Autoridades políticas e religiosas do Irã acusaram as potências ocidentais por incitarem os protestos pelo país.

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