Finlândia, país vizinho da Rússia, anuncia que quer se juntar à Otan
"É um dia histórico. Começa uma nova era", declarou o presidente do país em entrevista coletiva
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Neste domingo (15), o presidente e a primeira-ministra da Finlândia, país vizinho da Rússia, oficializaram que a nação pretende se inscrever na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o que abre caminho para a aliança militar ocidental de 30 membros se expandir em meio à guerra da Rússia na Ucrânia.
O anúncio foi feito neste domingo (15) pelo presidente Sauli Niinistö e pela primeira-ministra Sanna Marin. O Parlamento da Finlândia deve examinar na segunda-feira (16) o projeto de adesão, mas analistas consideram que a grande maioria dos congressistas apoia a iniciativa.
"É um dia histórico. Começa uma nova era", declarou o presidente em entrevista coletiva.
A Finlândia permaneceu como um país não alinhado à Otan durante 75 anos. Entretanto, após a Rússia iniciar a invasão na Ucrânia, em fevereiro, o consenso político e a opinião pública ficaram a favor da adesão à Otan.
Desde o ano passado, Moscou tem aumentado a presença militar e exercícios das tropas russas no Mar Báltico, para onde boa parte do território sueco e a costa oeste da Finlândia e da Rússia têm saída.
O presidente finlandês e a primeira-ministra anunciaram na quinta-feira que eram favoráveis a uma adesão "sem demora" à Aliança Atlântica. No sábado, Niinistö ligou para o colega russo, Vladimir Putin, para comunicar que o país solicitaria a adesão de maneira iminente.
Moscou advertiu em várias ocasiões para as "sérias consequências" se Helsinque e Estocolmo aderissem à Otan. O governo russo afirmou que a adesão da Finlândia ao grupo é "definitivamente uma ameaça para a Rússia", um motivo para arrependimento e razão para o Kremlin impor uma resposta à altura, o que incluiria retaliação militar russa para "impedir ameaças à segurança nacional".
A Suécia, outra vizinha nórdica, anunciou na semana passada que também irá se juntar à Otan.
"A adesão da Suécia à Otan aumentaria o limite para conflitos militares e, portanto, teria um efeito de prevenção de conflitos no norte da Europa", disse a ministra sueca de Relações Exteriores, Ann Linde.
Na quinta-feira (12), o ex-presidente russo e atual número dois do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, afirmou que se a Finlândia e a Suécia aderirem à Aliança Atlântica, Moscou reforçará seus recursos militares, especialmente nucleares, no Mar Báltico e perto da Escandinávia.