Brasil tem um aumento de 200% em número de casos relacionados a nazismo nos últimos anos
Recentemente um turista com tatuagem de símbolo nazista foi espancado no Rio de Janeiro
Foto: Reprodução
O Brasil tem enfrentado um aumento alarmante no número de casos associados ao nazismo nos últimos anos. De acordo com o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), houve um crescimento de 270,6% no número de células de grupos neonazistas entre janeiro de 2019 e maio de 2021. Esse fenômeno foi impulsionado pela disseminação de discursos de ódio e narrativas extremistas, que se propagam com mais facilidade devido à falta de punição.
Em 2021, a Central Nacional de Crimes Cibernéticos recebeu e processou 14.476 denúncias anônimas contra grupos neonazistas, um aumento de 60,7% em relação ao ano anterior. Esses grupos compartilham ódio contra feministas, judeus, negros e a população LGBTQIAP+, e têm se espalhado por todas as regiões do país.
O relatório do CNDH, apresentado à Organização das Nações Unidas (ONU), destaca casos em que foram apreendidos artefatos ligados ao nazismo, como fardas, armas e bandeiras, bem como artigos e peças decorativas com imagens e símbolos nazistas. Em dezembro de 2022, por exemplo, um estudante de 16 anos matou quatro pessoas em escolas em Aracruz, no Espírito Santo, vestindo uma farda militar acompanhada de uma braçadeira com um símbolo nazista.
A SaferNet, organização que promove a defesa dos Direitos Humanos na Internet no Brasil, também relatou um aumento significativo nas denúncias de atividades neonazistas online desde o início da pandemia em 2020. Em 2021, a plataforma recebeu 14.476 denúncias anônimas de neonazismo online, em comparação com 9.004 denúncias registradas em 2020.
A situação é preocupante e exige atenção das autoridades e da sociedade para enfrentar o crescimento do neonazismo no Brasil e garantir a segurança e os direitos de todos os cidadãos.
