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Para além da Palestina: Confira países com reconhecimento em aberto por outras nações

Recentemente, a França reconheceu a Palestina como Estado e reascendeu o debate

| Autor: Antonio Marzaro
Palestina e Kosovo têm reconhecimentos contestados

Palestina e Kosovo têm reconhecimentos contestados |Foto: Reprodução/Freepik

No dia 22 de setembro, a França reconheceu oficialmente o Estado da Palestina e reacendeu o debate internacional sobre territórios e nações que convivem com um reconhecimento parcial ou contestado. O gesto francês, considerado histórico no cenário europeu, foi celebrado por apoiadores da causa palestina e criticado por Israel e seus aliados. A medida também coloca em evidência outros casos ao redor do mundo em que a soberania de povos e territórios permanece em disputa, com legitimidade aceita apenas por parte da comunidade internacional.

A Palestina, agora com o reforço do reconhecimento francês, já é aceita por mais de 130 países e participa de diversas organizações internacionais. Ainda assim, a falta de consenso de potências como os Estados Unidos e Israel impede que o Estado palestino ocupe plenamente uma cadeira na ONU, mantendo sua situação política em suspenso. Essa condição a aproxima de outros territórios que, mesmo com apoio diplomático de alguns países, enfrentam obstáculos semelhantes no cenário global.

Um dos exemplos mais conhecidos é o de Taiwan, que se apresenta como República da China. Apesar de possuir governo próprio e laços diplomáticos com algumas nações, Taipei é mantida fora da ONU devido à pressão da China continental, que considera o território parte de sua soberania. A situação taiwanesa ilustra como interesses estratégicos e econômicos das grandes potências influenciam diretamente no reconhecimento internacional de determinados estados.

No continente europeu, o Kosovo também enfrenta dificuldades para consolidar seu status de independência. Reconhecido por mais de 100 países desde que se separou da Sérvia, o território ainda encontra resistência de nações como Rússia e China, além da própria Sérvia, que não aceitam sua soberania. Essa divisão impede que o Kosovo tenha plena representação em organismos multilaterais, mantendo o país em uma posição de fragilidade diplomática.

No norte da África, o Saara Ocidental é outro caso emblemático. A República Árabe Saaraui Democrática foi proclamada em 1976 e tem reconhecimento de alguns países, mas grande parte do território continua sob controle do Marrocos, que considera a região parte de seu território nacional. O impasse já dura décadas e provoca tensões regionais, com sucessivas tentativas fracassadas de intermediação internacional.

Há ainda exemplos de menor alcance, mas que evidenciam a complexidade do tema. O Chipre do Norte, por exemplo, é reconhecido apenas pela Turquia, enquanto a ONU o considera parte da República de Chipre. Já as regiões separatistas da Abecásia e da Ossétia do Sul, no Cáucaso, contam com o apoio diplomático da Rússia e alguns poucos aliados, mas são vistas pela maioria dos países como territórios pertencentes à Geórgia.

O caso palestino, portanto, se insere em um conjunto mais amplo de disputas que mostram como a geopolítica e os interesses estratégicos determinam, mais do que a legitimidade histórica ou cultural, quais nações conseguem de fato se firmar no mapa mundial.

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