Do voo da Chapecoense ao acidente de Jota: Tragédias que marcaram o esporte
Uma homenagem à Chapecoense, Emiliano Sala, Garotos do Ninho e Diogo Jota

Alan Ruschel com troféu da Série B de 2020 / Diogo Jota com troféu da Nations League 2025 |Foto: Márcio Cunha / Reprodução / Instagram / @diogoj_18
No início deste mês, mais especificamente no dia 3 de julho, o jogador do Liverpool e da Seleção Portuguesa, Diogo Jota veio a falecer em um trágico acidente de carro, juntamente com seu irmão, André Silva, do Penafiel.
Segundo a polícia espanhola, o carro onde os irmãos estavam, uma Lamborghini, pegou fogo após um pneu estourar e saiu da pista em uma rodovia federal em Zamora, no noroeste da Espanha.
O caso de Diogo é um dos trágicos acidentes envolvendo atletas, muitos infelizmente estavam no seu auge, mas serão lembrados para sempre.
Chapecoense (2016)
Em 2016, um avião que levava a delegação da Chapecoense, equipe até então com pouca história no futebol brasileiro, caiu em direção a Medellín, na Colômbia. A aeronave levava 77 pessoas a bordo, entre atletas, comissão técnica, diretoria do time brasileiro, jornalistas e convidados. Setenta e uma (71) pessoas faleceram e seis foram resgatadas com vida, incluindo três jogadores, o goleiro Jakson Follmann, o zagueiro Neto e o lateral-esquerdo Alan Ruschel.
Inicialmente, o voo iria diretamente de Guarulhos–SP para Medellín, mas foi vetado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em virtude do veto, o clube optou por um voo comercial até a Bolívia e, de lá, o grupo pegou o voo da LaMia, com destino à segunda maior cidade da Colômbia, Medellín.
O time de Santa Catarina havia se classificado para a final da Copa Sul-Americana, competição que disputava pela primeira vez em sua história, onde enfrentaria o Atlético Nacional, pelo jogo de ida da final. Como consequência do trágico acidente aéreo, a partida foi suspensa. Neste mesmo dia (29), milhares de pessoas compareceram ao Estádio Atanásio Girardot, que seria o palco da partida em Medellín, e na Arena Condá, estádio da Chapecoense, em Chapecó, para prestar homenagem às vítimas da tragédia.
Avião da Chapecoense após a queda / Foto: Luis Benavides / AP
O Atlético (COL) enviou um pedido à CONMEBOL para que reconhecessem a equipe brasileira como campeã, como uma forma de homenagear às vítimas e o clube catarinense. A solicitação foi acatada após reunião da CONMEBOL no dia 5 de dezembro de 2016, tornando a Chape, como carinhosamente ficou conhecida, o terceiro clube brasileiro a conquistar o troféu e o seu primeiro título internacional da sua história, além disso, foi o primeiro time de Santa Catarina a conquistar um título continental. Já a equipe colombiana foi condecorado com o prêmio Centenário da Conmebol ao Fair Play pela atitude.
Jogadores da Chapecoense / Foto: Reprodução / Instagram
Emiliano Sala (2019)
Contratado pelo Cardiff City em janeiro de 2019, como a contratação mais cara da história do clube, após se destacar pelo Nantes da França, Emiliano Sala, ou apenas Sala, como era conhecido, era um atacante argentino que vivia o auge da sua carreira como jogador. Enquanto viajava para se apresentar a seu novo clube, o avião que o argentino estava desapareceu enquanto sobrevoava o Canal da Mancha, no dia 21 de fevereiro de 2019, sendo assim, ele e o piloto do avião, identificado como David Ibbotson, um britânico de 60 anos foram considerados mortos, encontrados por buscas particulares nas proximidades de Guernsey, uma ilha no Canal da Mancha, quase duas semanas após a queda.
Emiliano Sala com a camisa do Cardiff City / Foto: HO / AFP
Em uma mensagem de voz enviada minutos antes da aeronave decolar, Sala dizia que o avião estava caindo aos pedaços, e que “se em uma hora e meia não tiverem notícias minhas, já sabem”.
No dia 24 de janeiro de 2019, a Polícia de Guernsey decidiu encerrar todas as operações de busca por Emiliano, o piloto e o avião. O capitão de Polícia David Barker afirmou que a decisão foi muito difícil, mas afirmou que, passados tantos dias sem o mínimo de rastro da aeronave e seus dois passageiros, as chances de encontrá-los com vida eram quase zero. Com isso, vários jogadores como Lionel Messi e Mbappé clamaram que a busca não parasse, a estrela francesa doou 30 mil euros para um sistema de crowdfunding que foi realizado com a meta de atingir 250 mil euros, com isso, as buscas pelo jogador e pelo piloto foram retomadas independentemente das autoridades.
Sala e Mbappé se cumprimentando / Foto: Reprodução
Os destroços do avião foram encontrados no dia 3 de fevereiro de 2019 (13 dias após o início das buscas), a pouco mais de 38 quilômetros ao norte da cidade de Guernsey. A carcaça da aeronave foi localizada por um barco que fazia parte da investigação particular, contratada pela família do jogador após a polícia suspender as buscas.
Garotos do Ninho (2019)
Dias depois do acidente envolvendo Emiliano Sala, outra tragédia chocou o mundo do futebol, dessa vez no Brasil. No dia 8 de fevereiro de 2019, um incêndio atingiu o Centro de Treinamento do Flamengo, no início da manhã daquele dia. Todas as vítimas eram atletas da base do clube carioca e tinham entre 14 e 16 anos. O fogo destruiu parte dos alojamentos onde os garotos dormiam, no Ninho do Urubu, em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio.
Parte das instalações do CT do Flamengo destruídas pelas chamas / Foto: Reprodução
As chamas atingiram as instalações onde dormiam os jogadores que não moravam no Rio de Janeiro. Na época, a principal suspeita foi um curto-circuito em um ar-condicionado.
Ao total, 10 meninos faleceram e 3 ficaram feridos. Felipe Cardoso, um dos sobreviventes da tragédia e que hoje em dia atua pelo Vitória, relatou na época que o incêndio começou no seu quarto, porém, conseguiu escapar por ter acordado antes do fogo chegar à sua cama.
“Incêndio ocorreu no meu quarto, só tenho que agradecer a Deus por conseguir acordar e escapar da morte, Deus conforte meus irmãos”, escreveu o jovem em uma rede social em 2019.
Diogo Jota e André Silva (2025)
Diogo Jota atingiu seu auge na carreira profissional, tanto no Liverpool quanto na Seleção Portuguesa. Nos últimos meses, ele foi campeão da Premier League e campeão da Nations League, respectivamente. Já na vida pessoal, Diogo havia se casado 11 dias antes de falecer.
A estrela de Portugal, Cristiano Ronaldo, se pronunciou nas redes sociais no dia do acidente, Ronaldo diz não fazer sentido à ida do companheiro de seleção.
“Não faz sentido. Ainda agora estávamos juntos na Seleção, ainda agora tinhas casado. À tua familia, à tua mulher e aos teus filhos, envio os meus sentimentos e desejo-lhes toda a força do mundo. Sei que estarás sempre com eles. Descansem em Paz, Diogo e André. Vamos todos sentir a vossa falta”, escreveu Cristiano Ronaldo em publicação nas redes sociais.
O irmão de Diogo, André Silva, também era jogador. André era meio-campista e atuava pelo Penafiel, clube da segunda divisão portuguesa.
Com 25 anos, André Silva se consolidava como um importante nome no futebol português. Com passagens por clubes como Boavista, Famalicão e Gondomar, estava indo para sua terceira temporada no Penafiel. O clube português lamentou a morte dos irmãos por meio das redes sociais.