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Copa do Mundo de 2026: A importância da participação de novas seleções

Estreantes fazem história no esporte e em sua história

| Autor: Lucca Anthony
Copa do Mundo de 2026: A importância da participação de novas seleções

Foto: Reprodução X

A Copa do Mundo de 2026, no Canadá, Estados Unidos e México, promete muito mais do que somente bons jogos de futebol, e sim novas histórias que surgirão dentro de diferentes regiões. Isso ocorrerá devido à mudança do formato do maior torneio esportivo do mundo, que saiu de somente 32 seleções para agora indo para 48 participantes. Além de aumentar significativamente os números de jogos para 104 em todo o torneio, saindo de 64 partidas, o torneio irá ser concluído em mais ou menos 35 dias e com uma nova fase, os "play-offs" que sucederão as oitavas de final. Porém, o que importa mesmo é a adição de diversos estreantes no maior torneio futebolístico da história, já que, abrindo 16 vagas, as probabilidades de seleções "mais enfraquecidas" se classificarem são maiores, trazendo uma magia ainda maior da Copa do Mundo. 

NOVATAS NA COPA

Com menos de um ano para a aguardada competição internacional, algumas seleções já conseguiram as suas classificações, como o próprio Brasil e a atual campeã, a Argentina. Entretanto, diferentemente dessas duas gigantes do futebol mundial, alguns países já estão experimentando o gosto do Mundial pela primeira vez, tendo uma classificação prematura. 

Recentemente, por meio de uma festa emocionante, a seleção de Cabo Verde - país com um pouco mais de 500 mil habitantes e dividido em 10 ilhas - derrotou a seleção do eSwatini (Essuatíni) por três a zero e fez história se classificando pela primeira vez para a Copa do Mundo. A campanha nas Eliminatórias surpreendeu. No grupo D, o país lusófono (que fala português) conquistou 23 pontos, conquistando sete vitórias, dois empates e somente uma derrota, deixando para trás a gigante africana Camarões e a Angola, ambas com participações no mundial. Com uma cobertura gigante de portais brasileiros como Braune e a CazeTV, foi possível viver com o povo cabo-verdiano a euforia de fazer parte de um momento histórico na história do país. 

Mesmo o sonho tendo se realizado, muitos responsáveis por isso acreditavam que seria "uma missão impossível". Em entrevista para a ESPN, o técnico da equipe dos Tubarões Azuis relatou que, desde sua estreia em 2020, acreditava no campeonato, mas enxergava como bastante distante. Mesmo assim, ele escolheu a dedo os convocados e precisou de um discurso motivacional para convencê-los. Segundo o treinador: "Foram jogadores que eu trouxe. Para convencer alguns jogadores a virem, [o discurso] foi nesse sentido: ‘vamos lutar pela Copa do Mundo, temos condições para isso’. Com a convicção de que tínhamos condições para chegar nesse ponto, e os jogadores embarcaram nessa nossa conversa". 

Mas não foi somente Cabo Verde que realizou esse sonho, as já classificadas Jordânia e Uzbequistão também estão vivendo o doce sabor da conquista pela primeira vez. A Jordânia vem animada com uma geração de atletas considerada como a "melhor da história", a mesma que garantiu o vice-campeonato da Copa da Ásia em 2023. A seleção entrou diretamente na segunda fase das Eliminatórias asiáticas, empatando com o Tajiquistão e sendo derrotada pela Arábia Saudita. Mas a maré de azar foi embora ao golear o Paquistão por 7 a 0. Na segunda fase tiveram 4 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Na terceira, conseguiu a classificação em segundo do Grupo B, com 4 vitórias, 4 empates e somente 2 derrotas. 

Já o Uzbequistão, também na Ásia, passou a segunda rodada invicta, com 4 vitórias e duas derrotas, empatando com o Irã. No terceiro round, pelo Grupo A, "Os Lobos Brancos" ficaram novamente na segunda colocação, vencendo 6 jogos, 3 empates e 1 derrota. 

Mas não serão somente as três classificadas indo pela primeira vez, outras seleções também ainda têm chances, algumas são: Curaçao (CONCACAF), Suriname (CONCACAF), Mali (CONCAF), Gâmbia / Gabon (CONCAF), Geórgia (UEFA) e Albânia (UEFA), entre outras. 

IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO

A classificação ultrapassa os limites do esporte, se tornando algo de extrema importância para a história do país. Além de desenvolver o futebol, existe também o aumento de visibilidade e, consequentemente, desejo dos turistas para visitar as novatas no torneio. Ademais, há também o sentimento de progresso, mesmo que no esporte, que pode levar o país a se desenvolver nos futuros anos. O presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, em entrevista também para a ESPN, revelou que a classificação se tornou uma segunda independência. 

"Quando nós conquistamos a independência, ninguém acreditava em nós. Não temos recursos naturais tradicionais, só temos as cabo-verdianas e os cabo-verdianos. Muito sol, muito vento e muito mar. Por isso é que somos tubarões azuis. Então, ao ganhar, mostramos que a independência valeu a pena e que temos todas as condições para, nos próximos 50 anos, fazermos muito mais e melhor por Cabo Verde e mostrar que, sim, Cabo Verde é um país possível e temos que continuar a trabalhar arduamente para construir a prosperidade", revelou o mandatário. 

O futebol se transforma em muito mais que um esporte amado por milhões, se transformando em uma força que move multidões e renova a vida das pessoas.

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