NotíciasExclusivasBrasil em Chamas: Queimadas batem recordes e escancaram efeitos das mudanças climáticas

Brasil em Chamas: Queimadas batem recordes e escancaram efeitos das mudanças climáticas

Incêndios florestais crescem em ritmo alarmante e atentam sobre aquecimento global

| Autor: Redação
Grama pegando fogo

Grama pegando fogo |Foto: Reprodução/Freepik

O Brasil enfrenta um cenário crítico de degradação ambiental, com o número de queimadas e incêndios florestais atingindo níveis alarmantes em 2025. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam que o país registrou mais de 160 mil focos de incêndio apenas nos primeiros sete meses do ano, um aumento de 104% em relação ao mesmo período de 2024. A Amazônia, o Cerrado e o Pantanal estão entre os biomas mais afetados, com milhões de hectares devastados.

O desmatamento na Amazônia, impulsionado em grande parte pelas queimadas, cresceu 92% em maio de 2025 em comparação com o mesmo mês do ano anterior, totalizando 960 km² de floresta perdida. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, mais da metade desse desmatamento foi causado por incêndios florestais, que se intensificaram devido à seca prolongada e às altas temperaturas.

As mudanças climáticas têm desempenhado um papel central nesse agravamento. Um estudo da Embrapa projeta que, até 2100, a temperatura média no Brasil pode subir até 6°C, afetando todos os biomas do país. A Amazônia, por exemplo, pode sofrer uma redução de até 45% nas chuvas, enquanto o Cerrado pode enfrentar aumentos de temperatura de até 5,5°C e queda de 45% na precipitação.

Além dos impactos ambientais, as queimadas têm consequências diretas para a saúde pública. A fumaça densa cobre cerca de 60% do território nacional, afetando a qualidade do ar em grandes centros urbanos como São Paulo. Especialistas alertam para o aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares, especialmente entre crianças e idosos.

Em resposta à crise, o governo federal sancionou uma nova legislação que fortalece a prevenção de incêndios ambientais. A lei permite repasses diretos do Fundo Nacional do Meio Ambiente para estados e municípios, autoriza o uso de aeronaves estrangeiras em grandes incêndios e reduz o tempo para recontratação de brigadistas. A medida visa tornar mais ágil a resposta a desastres ambientais cada vez mais frequentes.

Iniciativas tecnológicas também têm ganhado espaço. O Instituto Invento, em parceria com o ICMBio e brigadistas voluntários, desenvolveu soluções de baixo custo para o combate ao fogo, como bombas costais elétricas, sensores de monitoramento climático e protocolos para propriedades rurais resilientes ao fogo.

Apesar dos avanços, especialistas alertam que as ações ainda são insuficientes diante da velocidade das mudanças climáticas. A combinação de desmatamento, uso inadequado do solo e aquecimento global cria um ciclo vicioso que ameaça a biodiversidade, a segurança alimentar e a qualidade de vida no país. O desafio agora é transformar políticas emergenciais em estratégias permanentes de preservação e adaptação.

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