Ansiedade digital: o impacto das redes sociais na saúde mental de jovens e adolescentes
Uso excessivo das redes tem sido associado ao aumento de casos de ansiedade

Ilustrativa |Foto: Freepik
O uso das redes sociais tornou-se parte integrante do cotidiano de milhões de pessoas. Aplicativos como Instagram, TikTok e até o Facebook — ainda popular entre os mais velhos — passaram a ser quase uma extensão do corpo humano. No entanto, o uso excessivo, principalmente entre adolescentes e jovens, tem levantado preocupações sérias, pois muitos acabam desenvolvendo uma condição conhecida como ansiedade digital.
A ansiedade digital é um distúrbio relacionado ao uso abusivo das redes sociais. Entre os principais sintomas estão a necessidade constante de aceitação, o desejo de mostrar uma vida perfeita online e a obsessão por curtidas, visualizações e comentários positivos.
Um estudo realizado no Brasil em 2024 revelou que, entre os brasileiros com 16 anos ou mais, 43,5% dos que usam redes sociais por três horas ou mais por dia têm diagnóstico de ansiedade. Na faixa etária de 15 a 29 anos, 45% dos casos de ansiedade estão diretamente ligados ao uso intensivo dessas plataformas.
Consequências graves
Esse comportamento tem causado impactos significativos na saúde mental dos jovens. O mesmo levantamento aponta que usuários ativos nas redes sociais durante a madrugada têm três vezes mais chance de dormir menos de seis horas, o que agrava os quadros de ansiedade e compromete o equilíbrio emocional.
De 2014 a 2024, os atendimentos por transtornos de ansiedade no SUS dispararam. Houve um crescimento de 1.575% entre crianças de 10 a 14 anos e de impressionantes 4.423% entre adolescentes de 15 a 19 anos. Em 2024, pela primeira vez, os registros de ansiedade em jovens superaram os de adultos no sistema público de saúde.
Como lidar com o problema?
Especialistas recomendam que o combate à ansiedade digital comece com a educação digital desde a infância, promovendo o uso consciente das redes sociais e o incentivo à prática de atividades offline, como esportes, leitura e interação social presencial.
Pais e responsáveis devem estar atentos a sinais de alerta, como irritabilidade, isolamento, mudanças bruscas de humor e queda no desempenho escolar. O diálogo aberto e o acompanhamento do tempo de tela são fundamentais.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta que adolescentes entre 11 e 17 anos não passem de três horas diárias conectados às telas, além de evitar o uso de dispositivos durante as refeições e antes de dormir. Já o Governo Federal recomenda não antecipar o uso de celulares antes dos 12 anos e, para os maiores de 11 anos, também sugere o limite de três horas por