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Amor e ódio: como explicar o misto de sentimentos dos brasileiros em relação aos Estados Unidos?

Brasil e Estados Unidos vivem momentos de tensão nos bastidores

| Autor: Marco Pitangueira
Amor e ódio: como explicar o misto de sentimentos dos brasileiros em relação aos Estados Unidos?

Foto: Reprodução Redes Sociais

No dia 07 de setembro de 2025, uma cena dividiu opiniões e reascendeu um debate importantíssimo sobre a adoração cultural em relação aos Estados Unidos. Durante manifestações prol-Bolsonaro, um grupo de brasileiros, conhecidos nacionalmente como “patriotas”, ergueu um bandeirão do país norte-americano e expôs a imagem dos EUA no dia em que era comemorada a independência do Brasil. O momento rapidamente viralizou na internet e dividiu opiniões, fundamentadas em determinados lados políticos.

Muito difundida ao longo dos anos, a cultura americana sempre foi um tópico importante no Brasil. Entretanto, com políticos alinhados ideologicamente, exemplo de Jair Bolsonaro e Donald Trump, o país norte-americano passou a servir como um ideal a ser seguido para os brasileiros e, ao mesmo tempo, passou a ser enxergado como um “rival” pela outra metade da população.

Após todo o imbróglio envolvendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro, a relação entre os dois país está estremecida. A proximidade entre o atual presidente norte-americano, Donald Trump, e Bolsonaro é o ponto a ser altamente observado. Recentemente, Trump chegou a criticar publicamente o julgamento em torno do ex-presidente brasileiro.

"A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!", escreveu Trump.

Chamado de “tarifaço”, o governo americano, no dia 09 de julho de 2025, anunciou que seria cobrada uma tarifa de 50% sobre qualquer exportação brasileira enviada para os Estados Unidos.

"A partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais existentes. Mercadorias transbordadas para tentar evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta", afirmou o presidente norte-americano.

Apesar de importantes, as sanções não serviram como um impeditivo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao Jornal Nacional, o petista reclamou da postura do político norte-americano e afinou ainda mais as relações.

"É inaceitável que o presidente Trump mande uma carta pelo site dele e comece dizendo que é preciso acabar com a caça às bruxas. Isso é inadmissível", disse.

O atual presidente brasileiro ainda reconheceu o Brasil como um país soberano, reafirmando ser contra interferência de quem seja.

"A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito", disse Lula.

Toda a situação é agravada pela atual dificuldade de comunicação entre os dois países, que reflete na opinião da população em geral sobre a relação. A verdade é que todo o sentimento do brasileiro se divide em qual lado politicamente se apoia. Caso seja apoiador de Lula, por exemplo, é mais difícil aceitar e concordar com sanções impostas pelo Estados Unidos.

Presença de Eduardo Bolsonaro nos EUA

Outro divisor de águas no debate recente da população, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro reside nos Estados Unidos desde o dia 27 de fevereiro. Alegando ser perseguido judicialmente, o filho 03 de Bolsonaro, como é conhecido, chegou a colocar seu mandato de deputado em jogo.

Na época de sua viagem, o deputado mencionou ter ido ao país norte-americano em busca de anistia aos acusados de participar de uma trama golpista no dia 08 de janeiro de 2023, entre eles o seu pai, Bolsonaro.

"Abdico temporariamente do meu mandato. Irei me licenciar sem remuneração, para que eu possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores dos direitos humanos [...] Estou falando de psicopatas que prenderam mães de famílias, idosos, trabalhadores. Focarei 100% do meu tempo para essa causa”, disse na ocasião, em vídeo publicado nas redes sociais.

Quais os próximos passos?

Ainda incertos, não existe nenhuma definição de quais seriam os próximos passos a serem seguidos na relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos. No momento, o governo brasileiro deve montar uma resposta que controle os danos do tarifaço.

No momento, a situação tende a seguir dividida por conta dos polos políticos diferentes.

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