Agosto Lilás reforça o combate à violência contra a mulher na Bahia
Em 2025, a lei completa 19 anos e continua sendo a principal referência no combate à violência doméstica

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O mês de agosto é marcado pela campanha Agosto Lilás, que busca conscientizar e mobilizar a sociedade no enfrentamento à violência contra a mulher. A data foi escolhida porque, no dia 7 de agosto de 2006, foi sancionada a Lei Maria da Penha, considerada um marco na proteção das mulheres brasileiras. Em 2025, a lei completa 19 anos e continua sendo a principal referência no combate à violência doméstica e familiar.
Na Bahia, os números mostram que essa luta ainda é urgente. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, em 2024 foram registradas 111 mortes por feminicídio no estado, o que equivale a uma tragédia a cada três dias. Em 72% dos casos, o crime aconteceu na própria casa da vítima, e em mais de 84% o agressor era o parceiro ou ex-parceiro. O uso de arma branca foi a forma mais comum de execução, representando 45,5% dos casos, seguida por arma de fogo (26,3%).
Além das mortes, outras formas de violência também aumentaram. O Ligue 180 registrou 63,3 mil atendimentos na Bahia em 2024, crescimento de 42% em relação a 2023. As denúncias subiram 11,6%, chegando a 9.090 registros. A maior parte das ocorrências foi dentro da residência da vítima ou em domicílios compartilhados com o agressor.
A busca por proteção também cresceu. Segundo o Tribunal de Justiça da Bahia, no ano passado foram concedidas 26.432 medidas protetivas de urgência, amparadas pela Lei Maria da Penha.
Mesmo diante desses dados alarmantes, autoridades destacam alguns avanços. A atuação integrada das forças de segurança, com o Departamento de Proteção à Mulher e o Batalhão Ronda Maria da Penha, contribuiu para reduzir os casos de feminicídio em 7,8% entre 2023 e 2024.
O Agosto Lilás é mais que um mês de mobilização: é um lembrete de que a violência contra a mulher não pode ser ignorada. A cor lilás simboliza a luta pelos direitos femininos e o compromisso com uma sociedade mais justa e segura. Autoridades reforçam que qualquer suspeita ou caso de agressão deve ser denunciado, pois essa atitude pode salvar vidas.