A importância do médico veterinário no combate à violência e maus-tratos aos animais

Nesta terça-feira (9), quando é celebrado o Dia do Médico Veterinário, a homenagem vai muito além da lembrança de uma profissão dedicada ao cuidado com cães, gatos e animais em geral. Atualmente, esses profissionais são vistos como peças-chave no combate à violência e aos maus-tratos, atuando tanto dentro das clínicas, mas também como agentes de proteção animal na sociedade.

Casos recentes no Brasil reforçam essa importância. Em 2023, em Salvador, a atuação de veterinários foi essencial para salvar um cachorro vítima de agressões físicas registradas por vizinhos. O laudo clínico feito por profissionais serviu como prova essencial para a abertura do inquérito policial. Situações parecidas acontecem em várias cidades do país. Em São Paulo, por exemplo, veterinários ajudaram na diligência de um tutor que mantinha dezenas de animais em condições insalubres, o que configura maus-tratos e abandono.

Para a veterinária Beatriz Viana, os médicos veterinários desempenham um papel fundamental, pois, além de cuidar da saúde física dos animais, também conseguem identificar sinais de abuso. Com isso, ajudam a garantir que os animais recebam a proteção que merece.

“Os médicos veterinários desempenham um papel fundamental, pois, além de cuidar da saúde física dos animais, são capazes de identificar sinais de abuso e fornecer evidências para ações legais. Com isso, eles ajudam a garantir que os animais, seja de companhia, silvestres e até animais de grande porte, recebam a proteção que merecem, sendo verdadeiros combatentes na linha de frente contra os maus-tratos e garantindo o bem-estar de todas as espécies”, explicou a veterinária.

Além do diagnóstico, esses profissionais desempenham um papel educativo. Nas clínicas, orientam tutores sobre posse responsável, vacinação e nutrição, prevenindo situações de negligência. Em casos de investigação, podem fornecer laudos técnicos fundamentais em processos judiciais, garantindo que agressores não fiquem impunes.

Para o veterinário Victor Labanca, além do atendimento médico, os veterinários podem colaborar com ONGs, participar de campanhas de conscientização e até atuar como testemunha técnica em casos judiciais.

“Além do atendimento médico, o médico veterinário pode colaborar com ONGs, participar de campanhas de conscientização e até atuar como testemunha técnica em casos judiciais. Ele também pode trabalhar em ações educativas e ajudar a criar leis que protejam os animais de forma mais eficaz”, esclareceu o veterinário.

Para as veterinárias Giulia Moreno e Jessica Sande, a violência contra os animais é uma realidade que muitas vezes passa despercebida, porém, nesse cenário, o médico veterinário exerce um papel fundamental não apenas como cuidador da saúde, mas também como a gente de proteção e denúncia.

“Dentro do consultório, ele está em posição privilegiada para identificar sinais de maus-tratos: fraturas incompatíveis com a história relatada, lesões recorrentes, desnutrição, infecções não tratadas e até alterações comportamentais típicas de animais que sofrem violência. Cada detalhe clínico pode se transformar em um indício importante para comprovar situações de abuso”, disse a veterinária Giulia Moreno.

“Mas sua atuação vai muito além do consultório, elaborando laudos técnicos, denunciando às autoridades competentes, atuando como perito judicial, participando na elaboração de políticas públicas e educando a sociedade sobre posse responsável”, explicou a médica veterinária Jessica Sande.

Celebrar o Dia do Médico Veterinário, portanto, é reconhecer também sua contribuição social. Mais do que cuidar da saúde e do bem-estar, esses profissionais se tornaram guardiões contra a violência, ajudando a construir uma sociedade mais consciente, ética e justa para os animais.