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Vitória recebe punição por cantos homofóbicos contra Wagner Leonardo; entenda

Clube discordou da decisão e pretende recorrer na Justiça

| Autor: Redação - Varela Net
Wagner Leonardo, ex-zagueiro do Vitória, hoje no Grêmio

Wagner Leonardo, ex-zagueiro do Vitória, hoje no Grêmio |Foto: Walmir Cirne/AGIF

O Esporte Clube Vitória recebeu uma punição de R$ 30 mil pelos cantos homofóbicos por parte da torcida contra o zagueiro Wagner Leonardo, que estava no clube desde 2023 e se transferiu para o Grêmio em fevereiro deste ano. As ofensas aconteceram na sexta rodada do Campeonato Brasileiro, quando o Leão recebeu o Grêmio no Barradão e empatou por 1 a 1.

O episódio aconteceu aos 19 minutos do primeiro tempo e foi registrado em súmula pelo árbitro da partida, Felipe Fernandes de Lima, que chegou a interromper o jogo por alguns segundos. Mesmo sendo um dos principais jogadores do clube desde sua chegada, Wagner teve uma saída conturbada do Leão, chegando a ser especulado no Bahia e dando declarações polêmicas em sua chegada no clube gaúcho.

O julgamento do caso foi conduzido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e aconteceu nesta quinta-feira (31). Para os auditores e relatores, o clube é responsável pelas condutas discriminatórias praticadas por seus torcedores presentes no estádio durante as partidas, sem necessidade de demonstração de culpa ou dolo por parte do clube. 

"Trata-se de medida necessária e compatível com os compromissos assumidos pelo desporto nacional e internacional no combate a intolerância, ao preconceito e à exclusão. A prática de cantos homofóbicos é manifestamente incompatível com os valores que regem o esporte e conseguinte com os princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade e do respeito mútuo que deve orientar todas as manifestações no ambiente esportivo", explicou o relator Eduardo Ramos. 

Ainda assim, o Vitória foi absolvido no artigo 191, inciso III do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), em relação a responsabilidades administrativas. A punição ao clube se restringiu a uma multa de R$ 30 mil, com base no artigo 243-G, que trata "da prática de ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

O valor foi estabelecido a partir de penas aplicadas a Corinthians e Palmeiras que, já reincidentes em casos de homofobia, teriam sido punidos em R$ 60 mil e R$ 80 mil, respectivamente. Por o Vitória não possuir histórico de homofobia, foi decidido que uma punição de R$ 30 mil seria condizente com a situação.

O clube foi representado por Matheus Moreira Saleão e Marcos Veloso, que discordam da decisão e irão recorrer.

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