Titi fala sobre ataque a ônibus e se emociona: "Isso vai parar em morte"
Zagueiro do Fortaleza relata sofrimento dos atletas após a situação traumática
Foto: Reprodução/Redes sociais
O atleta Titi, zagueiro do Fortaleza, que já vestiu a camisa do Bahia, concedeu entrevista ao programa esportivo Seleção Sportv, nesta terça-feira (27). O jogador se emocionou ao falar sobre a cena de terror vivida por ele e seus colegas da delegação na noite da última quarta (21).
Titi acabou atingido por estilhaços de vidro e resquícios de bomba caseira na panturrilha, e fez um procedimento cirúrgico para retirada dos ítens. Ele ficará ao menos três semanas fora.
Tite no CT do Fortaleza, usando muleta. Reprodução: Redes sociais
Em depoimento forte, Titi falou sobre episódio, afirmando que o ataque foi armado como emboscada para o ônibus do Fortaleza.
"Foi uma tocaia. Eles sabiam exatamente o que estavam fazendo e o que queriam: tirar nossas vidas. O ambiente está de muita tristeza. Todos os atletas estão abatidos, abalados com o que vivemos. E só nós sabemos o que passamos, jogadores chorando, gritando, era sangue em todo canto do ônibus, mas no dia seguinte a bola estava rolando", detalhou Tite.
Ele também fala sobre as possíveis consequências da crescente onda de violência, além da necessidade de protestar contra o cenário de guerra no futebol.
"Eu faço uma mea culpa, porque no dia do Danilo, eu fui apenas gravar um vídeo. Nós temos que parar. Porque isso vai parar em morte se não tomarmos uma determinada decisão. Mas se nós decidirmos parar enquanto houver violência, a bola não rola. Talvez essa seja a maior tristeza", desabafou.
Ainda em comoção, o jogador relembra discurso do seu treinador Vojvoda.
"O Vojvoda foi muito feliz nas palavras que, naqueles cinco segundos, na parte de cima do ônibus, era momento de se encontrar algum atleta morto, algum atleta sem vida. Porque, sim, foi uma tentativa de homicídio. Não foi atentado. Só quem estava lá dentro consegue dimensionar. Faltam palavras. Os vândalos, bandidos sabiam o que estavam fazendo. E nós só estávamos trabalhando", concluiu.
Ainda nesta terça, a Polícia Civil de Pernambuco revelou a confissão de um suspeito que participou dos ataques ao ônibus do Tricolor do Pici. O indivíduo é maior de idade, foi ouvido e logo depois liberado, por não haver flagrante. As investigações seguem em andamento.
