NotíciasEsporteTapete verde-amarelo: rua na Federação mantém tradição com decoração para a Copa

Tapete verde-amarelo: rua na Federação mantém tradição com decoração para a Copa

Desde 2010, moradores se organizam para enfeitar a região com as cores do Brasil

| Autor: Andreza Oliveira*

Foto: Domingos Júnior/Varela Net

Visto do alto, um famoso endereço no bairro da Federação, em Salvador, mais parece um tapete verde e amarelo. A decoração é extensa e também chama atenção pelo capricho. Desde 2010, a tradição de enfeitar a Rua Souza Uzel, a popular Rua 13, se mantém viva em épocas de megaeventos esportivos.

Não seria diferente durante a Copa do Mundo no Catar, torneio no qual a Seleção Brasileira tem estreia nesta quinta-feira (24), às 16h, no estádio Lusail. 

Sem apoio de patrocinadores —mas com muito boa vontade—, mais uma vez os moradores da comunidade se organizaram para enfeitar o local com as cores do país. Cada um contribuiu como pôde para a compra dos materiais: com assinaturas de rifas a dinheiro do próprio bolso, disseram ao Varela Net alguns dos envolvidos na iniciativa.

“Todos os moradores fazem a colaboração como podem, uns participam da divulgação, outros na decoração, e os que não participam do movimento contribuem no financeiro”, explica Net Vitor Costa, de 28 anos, um dos administradores da ‘Rua 13 na Copa’, conta oficial no Instagram que reúne fotos da decoração e mais de 6 mil seguidores.

Foto: Domingos Júnior/Varela Net

De acordo com os organizadores, em edições anteriores, a movimentação começava em média de três a quatro meses antes do primeiro dia do Mundial. Neste ano, os trabalhos tiveram início em setembro. Ao todo, 20 pessoas se revezaram em mutirão para grampear as bandeirolas.

Com a chegada dos festejos de fim de ano, os itens serão reaproveitados na ornamentação natalina. “Vamos colocar pisca-pisca e vamos criar a Copa no Natal”, brinca Vítor, que pela primeira vez assistirá ao maior campeonato do planeta fora do período de São João —festejo cujo calendário sempre coincidiu com o período da Copa.

Vitor, por outro lado, lamenta que o interesse em enfeitar ruas e casas esteja cada vez menor, sobretudo na esteira da polarização política que dividiu até o uso da camisa canarinho. “O povo acabou perdendo a vontade de fazer, pelas coisas que foram ocorrendo. Mas, aqui na rua, o amor que a gente tem é esse, juntou a comunidade toda. Fizemos com tanto carinho, que não vamos desanimar”, diz o administrador da rede social da Rua 13, que voltou a atrair muitos visitantes.

A iniciativa de decorar a região surgiu na Copa da África do Sul, em 2010, quando a comunidade começou a ganhar visibilidade, sob a direção do morador Naldinho. O sucesso se repetiria no Mundial de 2014 e nas Olimpíadas 2016, ambos no Brasil.

Há alguns meses, a decoração da Rua 13 disputou o concurso de uma cervejaria, que daria como premiação um kit com telão e aparelhos de som para curtir os jogos. 

Apesar de não terem alcançado a colocação necessária, os moradores pretendem instalar um equipamento semelhante e organizar uma grande festa para acompanhar a busca do tão sonhado hexa.

*Sob supervisão do editor Alexandre Santos

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