Juventus é denunciada por fraude fiscal em acordo com Cristiano Ronaldo
Diversos membros da alta cúpula deixaram o clube por causa das acusações
Foto: Divulgação/Juventus
A Juventus foi denunciada por fraude fiscal envolvendo o craque Cristiano Ronaldo. Segundo documento divulgado pelo jornal Corriere della Sera, o time italiano não incluiu em seu balanço financeiro um acordo de quase 20 milhões de euros (R$ 105 milhões) em salários adiados do português.
A Juve afirma que tinha acertado uma redução salarial dos seus jogadores para aliviar os efeitos da pandemia na economia, mas o MP descobriu, também graças a este documento, que o acordo não era uma renúncia, mas de adiamento do pagamento de três dos quatro meses acordados (de março a junho de 2020).
A documentação foi apreendida pela polícia italiana em 23 de março de 2022 durante buscas realizadas na sede do clube. O acordo foi assinado apenas pelo então diretor esportivo, o italiano Fabio Paratici.
A Juventus não adiou o pagamento apenas de Cristiano. Outros nomes do elenco, como o argentino Paulo Dybala e o italiano Chiellini também chegaram ao mesmo acerto com a Velha Senhora.
A investigação das autoridades italianas sobre irregularidades na contabilidade da Juventus começou em novembro de 2021. Procuradores de Turim analisaram os três últimos balanços financeiros do clube e encontraram indícios de crime por “falsas comunicações de empresas cotadas e emissão de faturas de operações inexistentes”.
Daí a irregularidade no documento secreto entre Cristiano Ronaldo e a Juve, assinado num momento em que o clube apresentava para a liga italiana contratos com redução de salários.
Outro problema relatado na denúncia da investigação Prisma é o pagamento de indenizações a agentes de futebol por operações (transferências de jogadores) que não aconteceram.
Entre os dirigentes já indiciados estão o ex-presidente do clube, Andrea Agnelli, o ex-vice-presidente Pavel Nedved (ex-jogador), o antigo diretor esportivo Fabio Paratici, e mais 12 pessoas. A pessoa jurídica da Juventus também foi alvo de ação da promotoria.
Agnelli, Nedved, o diretor-geral Maurizio Arrivabene e outros membros da alta cúpula da Juventus deixaram o clube por causa das diversas acusações.