NotíciasEsporteBoxeadora argelina é alvo de fake news após ser chamada de Transexual

Boxeadora argelina é alvo de fake news após ser chamada de Transexual

A boxeadora argelina Imane Khelif conquista uma vitória rápida nas Olimpíadas de 2024, mas é alvo de críticas infundadas sobre sua identidade de gênero.

| Autor: Felipe Cerqueira

Foto: REUTERS/Isabel Infantes

Nesta quinta-feira (01), a boxeadora argelina Imane Khelif, de 25 anos, marcou um feito impressionante ao vencer a italiana Angelina Carini em apenas 46 segundos na Olimpíada de 2024. No entanto, sua vitória no ringue não foi o único assunto em destaque. Khelif está enfrentando ataques infundados relacionados à sua identidade de gênero, uma situação complicada que ganhou atenção internacional.

Recentemente, Khelif foi alvo de críticas após não passar em um teste de gênero em 2023, o que gerou especulações errôneas sobre sua identidade. O Comitê Olímpico da Argélia (COA) defendeu firmemente a atleta, esclarecendo que ela é cisgênero e rejeitando as alegações infundadas. Em uma declaração oficial, o COA afirmou que a boxeadora é uma atleta cisgênero e criticou a perseguição com base em informações falsas.

Esses ataques ocorrem em um momento em que o debate sobre identidade de gênero no esporte está em alta. A ministra da Família da Itália, Eugenia Roccella, e o ministro dos Esportes, Andrea Abodi, expressaram críticas sobre a participação de atletas trans nas Olimpíadas, justo no dia anterior à luta entre Khelif e Carini. Além disso, a escritora J.K. Rowling fez comentários controversos em uma rede social, chamando Khelif de 'homem' e expressando sua desaprovação pela luta contra Carini.

Imane Khelif, que também é embaixadora da Unicef, contou em entrevista que, quando criança, seu pai permitiu que ela praticasse esportes, apesar de não gostar da ideia de boxe para meninas. Esses aspectos da sua vida pessoal e profissional têm sido eclipsados pela controvérsia externa sobre sua identidade de gênero.

Na Argélia, onde Khelif compete, questões de identidade transgênero são extremamente delicadas. A legislação local não permite a mudança de gênero em documentos oficiais nem tratamentos hormonais para transição. Nesse contexto, a defesa do COA é crucial para proteger Khelif dos ataques injustos e garantir que ela possa focar em sua carreira e em suas conquistas esportivas sem ser prejudicada por preconceitos.

Tags

Notícias Relacionadas