TikTok popularizou dancinhas, mas limita trabalho profissional, diz coreógrafo
Em entrevista ao Varelanet, Keko Burak cita pontos positivos e aponta impactos do fenômeno

Foto: Reprodução/Divulgação
As dancinhas do TikTok estão bombando e viralizando cada vez mais nas web. Elas funcionam como uma espécie de vitrine para diversos influenciadores e famosos, que já escolhem as músicas pensando na coreografia e no retorno que terão com as milhares de visualizações em seus vídeos.
Apesar de fazer a alegria e render uma boa grana para tiktokers mundo afora, o fenômeno das dancinhas tem impactado diretamente o meio profissional da dança, uma vez que muitos dos passos são “reciclados”, afirma em entrevista ao Varelanet Keko Burak, dançarino e coreógrafo em Salvador.
“O TikTok veio para mudar o nosso mercado”, diz o coreógrafo, que cita um dos pontos positivos da plataforma. “O lado bom foi a popularização. Hoje nós vemos muito mais jovens, principalmente meninos, que antigamente não dançavam, e agora estão se jogando mais”, analisa Keko.
O dançarino aponta, por outro lado, que essa adesão ao TikTok acabou limitando muitos trabalhos. O motivo: a maneira de criar as coreografias mudou após a explosão da rede social. Segundo ele, o processo depende do objetivo, da mensagem que uma pessoa pretende passar naquela dança e da inspiração dos profissionais.
Sobre as músicas mais virais nas plataformas, Keko contou que muitos dos hits já são criados no tempo exato e pensados especificamente para determinado passo na coreografia. “Hoje os refrões têm de 15 a 30 segundos, para poder encaixar nos vídeos do TikTok”, exemplifica.
‘Zona de Perigo’
O cantor Leo Santana, forte candidato a emplacar ‘Zona de Perigo’ como hit do Carnaval 2023, também viralizou após uma dancinha de TikTok. Em um vídeo publicado no Instagram, o artista faz uma coreografia da música ao lado da esposa, Lore Improta. Até a publicação deste texto, o registro havia atingido mais de 13 milhões de visualizações e acabou gerando vários memes na plataforma.
“Essa é a tendência. O sucesso se dá muito pelo passinho que é feito. Daí que vem o poder de viralizar", avalia Keko, ao reiteirar que há sempre intenção no que se quer criar nas redes.
* Sob supervisão do jornalista Alexandre Santos