Dia dos Namorados gera aumento na procura por itens eróticos em Salvador
A equipe do Varela Net foi em algumas sex shops da capital baiana e conversou com empresários sobre os itens mais procurados para 'apimentar' a relação
Foto: Domingos Júnior/Varela Net
Com empresas e lojas crescendo a cada ano, os sex shops têm sido cada vez mais procurados por diferentes públicos, se tornando um mercado cada vez mais desmistificado e inserido na sociedade. Com o Dia dos Namorados se aproximando, a boa saída de produtos eróticos se torna ainda maior, com casais se organizando para dar uma incrementada nos seus momentos de intimidade, ou até os próprios solteiros na intenção de buscar prazer.
A equipe do Varela Net procurou donos de alguns estabelecimentos que trabalham com itens sensuais, a 'Desejos Atacado Sexshop' e a 'Que Luxuria', ambos localizados na Avenida Joana Angélica, foram duas das lojas. Como esperado, as duas empresas confirmaram que existe uma maior procura nesse período próximo a uma data comemorativa.
"Muito (aumento da procura). Principalmente procura de lingerie, fantasias, kits do dia dos namorados", disse Priscila Pires, gerente e responsável pela 'Desejos Atacado'.
Priscila comentou também sobre a boa quantidade de vendas para homens. Segundo ela, em outros tempos, o público masculino era menos presente neste mercado, mas que isso tem mudado atualmente.
"Os homens também procuram muito nesse período, para presentear as parceiras. O público masculino tem melhorado o ano todo, eles estão muito antenados. Antigamente era mais as mulheres, mas isso tem mudado."
Dona do 'Que Luxuria', Juliana Alves também destacou o crescimento na demanda, e comentou sobre a preferência dos homens em comprar lingerie para as parceiras. Segundo ela, o público masculino e feminino na loja é bem dividido, com mais mudanças no tipo de produto que cada gênero compra.
"Homens preferem comprar lingerie, acredito que seja algo mais fácil para eles proporcionarem para suas parceiras, enquanto a mulher acaba procurando um produto mais voltado para os dois, que favoreça os dois".
Devido ao crescimento constante dos sex shops, a exigência dos clientes também sobe em conjunto. As duas empresas tem uma grande saída de vibradores, mas por conta dos diferentes gostos das pessoas, acaba ocorrendo uma variação enorme nos preços, girando entre R$50 e até quase R$800 reais, isso porque cada vez mais se desenvolvem tipos de produtos mais sofisticados e modernos, na intenção de contemplar interesses distintos das pessoas.
"Não tem mais aquela coisa comum e básica, o pessoal já não está mais atrás disso", comentou Juliana, que considera que a compra de um "brinquedinho" é um investimento, pensando no prazer a longo prazo, e na qualidade que um item mais caro pode possibilitar.
"Aqui a gente considera que o vibrador acaba sendo um investimento, porque muitos clientes não tem mais interesse em golfinhos e bullets, que são os mais simples que temos e são vibradores para iniciantes. As pessoas querem coisas mais sofisticadas, que proporcionem mais prazer. Eu não vou mentir, o mais barato tem saída sim, só que também vende muito os mais caros".
A vendedora Joelma Pereira detalhou quais tem sido os produtos mais procurados, e falou sobre um lançamento exclusivo da 'Que Luxuria', o vibrador em formato de banana.
"O que mais sai é o vibrador de língua, o vibrador sugador, e o vibrador que faz masturbação clintoniana, além do produto que é um lançamento nosso, que é o vibrador de banana. Ele tem o formato de uma banana para disfarçar dentro de casa, e uma criança não saber o que é", contou Joelma.
Clientes "ocultos"
Ainda dentro do assunto privacidade, existem clientes que optam por fazer esse tipo de compra de forma mais discreta. Por se tratar de um estabelecimento que trabalha com mercadorias muito íntimas, ainda causa um pouco de constrangimento em algumas pessoas para acessar uma loja física, devido a maior exposição. Enquanto ainda não conseguem vencer a timidez, alguns consumidores podem fazer suas compras online, pelas redes sociais e site das lojas.
"O cliente que não quer ser visto geralmente compra pelo Whatsapp, onde a saída é muito alta. Temos também o site e o Instagram. Ele recebe o produto em casa", comentou Priscila Pires.
Juliana lamenta que ainda exista vergonha por parte dos compradores, e diz preferir que os clientes vejam seus produtos antes de adquirí-los, mas alega que também tem altos números em negócios fora da loja física.
"Por incrível que pareça, a gente está em 2022 e ainda tem muitas pessoas com tabu em relação a isso. Chegam clientes aqui com mais 40 anos e dizem que nunca entraram num sex shop", revelou.
"A gente tá atendendo bastante clientes pelo Whatsapp e Instagram. Mas eu prefiro e faço o possível para que o cliente venha para loja, porque ele vai ver o produto e ainda se interessar por outro", completou.
*Sob a supervisão do editor Rafael Tiago Nunes