“Não é coisa do capeta”: Marina Sena defende apelo sexual na arte
Cantora considera o Brasil um país muito conservador e conta que já 'levou muito na cara' por trazer sensualidade em músicas e fotos
Foto: Reprodução/Instagram/@amarinasena
A cantora Marina Sena, de 26 anos, tem como marca registrada a voz marcante e sua sensualidade, que transmite nos versos das suas músicas, clipes e até mesmo em seus looks. Não seria diferente no seu novo álbum, Vício Inerente.
Em todas as canções do disco, o sexo é tema recorrente, que já inicia com Dando Sarrada como faixa de abertura. E o que para muitos ainda é um tabu, a artista trata com naturalidade. "Eu não entendo porque as pessoas se sentem tão mal com essa coisa da mulher sensual, mulher erótica", admite ela em entrevista para a GQ Brasil.
Há três anos na mídia, depois do estouro das músicas ‘Por Supuesto’ e ‘Volta Pra Mim’, do álbum ‘De Primeira’, lançado em 2021, a cantora afirmou que já se adaptou às críticas e julgamentos do público que não entende a sua expressão artística.
"É um país bem conservador. Se você sai um pouquinho da linha que foi traçada, nossa, você leva muito na cara", conta. "Se você for ver as minhas fotos no Instagram, 300 mil comentários são de pessoas me dizendo que estou vulgar.", disse.
A artista, que se relaciona com o produtor musical Iuri Rio Branco, não se abala pelos comentários, que muitas das vezes é sexista, mas faz questão de levar a discussão para longe.
"Erotismo não é uma coisa do capeta. As pessoas deveriam parar de acreditar nisso, porque revela uma sociedade doente", discorre. "Pra mim, a energia da sexualidade e do erotismo é uma energia limpa. O sexo é divino e também é coisa de Deus.", contou.
Ela disse também que a exposição não é fácil. De acordo com a mesma, é necessário trabalhar a autoconfiança para se expressar sexualmente. "É uma coragem, uma construção, não é de qualquer jeito. É uma série de coisas que você prepara dentro de você até você se sentir plena dessa forma.", revelou.
Sena reconhece que outras artistas brasileiras do nicho, na maioria das vezes, são colocadas em caixas e rótulos. "Hoje em dia o pop está se estabelecendo no Brasil. Você chega com uma roupa, com um arquétipo e uma personagem pronta", comentou, tendo uma visão mais analítica.