NotíciasEntretenimentoHerdeiro da família Marinho pretende 'privatizar' Ilha de Boipeba

Herdeiro da família Marinho pretende 'privatizar' Ilha de Boipeba

José Roberto Marinho pretende construir empreendimentos que podem virar um escândalo ambiental e social

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A família Marinho pretende construir obra na Ilha de Boipeba, destruindo um dos mais importantes mangues da região. De acordo com a colunista Fábia Oliveira, os donos da emissora global parecem não agir, na prática, de forma realmente harmônica e consoante com os valores que levantam diante do país inteiro em seus telejornais. A empresa, que frequentemente dedica espaço em sua grade para levantar tópicos relacionados à preservação das matas, florestas e zonas rurais no país, está prestes a ter seu nome vinculado ao que, sem dúvidas, possui potencial para se tornar um grande escândalo.

O empresário José Roberto Marinho, herdeiro do grupo Globo, filho do fundador da emissora e, atualmente, na fundação Roberto Marinho, está envolvido com o empreendimento que promete grande impacto ambiental afetando toda fauna e flora de uma região preservada.  O projeto envolve duas pousadas com vinte e cinco quartos, além de vinte e cinco casas assistidas. O local afetado é na Fazenda Ponta dos Castelhanos, Povoado de São Sebastião, na Ilha de Boipeba, na Bahia. A construção de um campo de golfe também estaria na visão dos muitos envolvidos no negócio. E um dos sócios de José Roberto Marinho é ninguém menos do que Armínio Fraga Neto, ex-presidente do Banco Central.

Os impactos que podem ocorrer da construção das estruturas e do campo são inimagináveis e imensuráveis, podendo impactar de forma irreversível, negativamente, a vida da população que vive ali. Para os locais, a construção desse megaempreendimento é vista com péssimos olhos, causando revoltas em muitos que já estão fazendo uma abaixo assinado e entrando com ações para barrar as obras.

Moradores lutam contra a construção 

Quem mora na Ilha de Boipeba e está acostumado com as belezas naturais da região, se preocupa com o impacto das obras e destruição das áreas verdes. Estudos realizados por moradores apontaram que haverá um aumento de quase 260% na quantidade de lixo da ilha. Além disso, o levantamento afirmou que haverá um mínimo de 152 lanchas circulando por áreas de mergulho dos pescadores, o que implicaria em um impacto na pesca. Um morador local usou seu Instagram Story para alertar sobre os riscos do empreendimento e desabafar sobre o envolvimento do alto escalão da TV Globo nas construções do resort e do campo de golfe. Eles chegaram a fazer um abaixo-assinado para tentar impedir o desenvolvimento do projeto. “A área a ser sumariamente dizimada inclui a deste mangue. Vocês já viram um mangue dessa cor? É raro, é único. Vamos eliminar, afinal, meia dúzia de milionários precisam jogar golfe em Boipeba, né? Sinceramente, é tudo absurdo, mas o tal campo de golfe acaba comigo. Eu não tenho palavras pra exprimir a repulsa ao ler isso, minha alma se incendeia de puro ódio”, desabafou ele, antes de completar:

“Dá vontade de mandar todo mundo que joga golde pra pqp. Você ensina golfe pra criança da Bahia? Você não ensina nem português!!!!!! Jogue golfe na p* que p*riu, não na merda do mangue!!!”, disparou ele, pontuando que a ilha não tem acesso rodoviário e convocou às pessoas a assinarem o documento como forma de protesto.

A página do ‘Grupo Ambientalista da Bahia (Gambabahia)’, no Instagram, publicou uma mensagem sobre as obras: “A Ilha de Boipeba vai virar ilha privada de veraneio de milionários com uma ajudinha do Governo do Estado, através do Inema. Foi publicada neste dia 07 portaria que autoriza desmatamento e instalação de loteamento que terá mais de 16 milhões de metros quadrados, com aeródromo, píer para embarcações de médio porte e até campo de golfe”, afirmou a publicação, e continuou:

"O condomínio fechado pretende ocupar um quarto da ilha!  Ganham os milionários, perdemos todos nós com a agressão ao meio ambiente e especialmente as comunidades nativas que há gerações utilizam o local para extração de recursos como a mangaba, pesca e mariscagem. Com o cercamento da enorme propriedade até mesmo os caminhos utilizados há mais de um século serão proibidos aos nativos de Boipeba. E você, que gosta de passear em Boipeba, vai deixar a ilha ser privatizada desse jeito?”, questionou um internauta.

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