Entenda toda a polêmica envolvendo o filme francês 'Emilia Pérez'
O longa é visto como concorrente direto para o brasileiro "Ainda estou aqui"
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Foto: Divulgação
Como já estamos habituados, todo o ano costumamos ter filmes que chegam fortes na campanha para o Oscar. Seja por ser querido pelo público, seja por ser inovador e conquistar críticos ao redor do mundo ou seja simplesmente por trabalhar com maestria todo e qualquer elemento cinematográfico que ele apresente ou se proponha a trabalhar durante o desenvolvimento de sua história. Nos últimos anos vimos filmes como o sul-coreano "Parasita", o clássico "Titanic" e uma dezena de outros exemplos que fizeram sucessos em seus anos.
Dito isso, o filme "Emilia Pérez", um filme musical dirigido pelo francês Jacques Audiard, tem sido um dos destaques da temporada de premiações de 2025. No entanto, há diversas controvérsias em torno do filme e de sua protagonista, Karla Sofía Gascón, que tem sido um tema recorrente desde que foi anunciado como um dos favoritos ao Oscar.
Críticas ao filme
Desde o lançamento, "Emilia Pérez" enfrentou críticas significativas por sua representação de mulheres trans. Organizações LGBTQ+, como a GLAAD, criticaram o filme por ser uma "representação retrogressiva de uma mulher trans". Críticos apontaram que o filme perpetua estereótipos e contém muitas falas e cenas que são consideradas ofensivas e desrespeitosas por um grupo social que ao longo de toda a história já enfrentou muito preconceito e discriminação. Na direção e roteiro do longa, o Jacques Audiard mostra uma completa FALTA DE HABILIDADE, NOÇÃO e até de CONHECIMENTO para trabalhar e falar sobre um tema tão complexo.
Além disso, o filme foi criticado por sua representação da cultura mexicana. Muitos espectadores mexicanos sentiram que o filme oferece uma visão distorcida e inautêntica da sociedade mexicana, especialmente por ser dirigido por um cineasta francês e filmado em Paris2. A falta de atores mexicanos no elenco também foi um ponto de controvérsia.
Declarações da equipe de direção
Jacques Audiard, o diretor do filme também esteve nos holofotes (de maneira negativa) após mostrar mais desconhecimento e até falta de respeito com uma indústria audiovisual tão rica quando a do México. Ele se manifestou sobre as críticas, afirmando que "Emilia Pérez" é uma "ópera" e não uma representação realista. Ele defendeu a escolha de locais e elenco, argumentando que a história é uma criação artística e não um documentário. Além disso, a equipe de direção do filme, mais especificamente a diretora de elenco, Carla Hool afirmou que não haviam atores e atrizes suficientemente capacitados para participarem do filme no México, local onde o filme se passa. Para finalizar, o diretor do longa metragem ainda afirmou que por um momento, a equipe teve dúvida se o filme deveria ser falado em inglês, espanhol ou francês, mas acabou optando pela língua latina por ser "a língua dos países subdesenvolvidos", segundo ele.
Postagens da Karla Sofía Gascón
A polêmica tomou um novo rumo quando tweets antigos de Karla Sofía Gascón foram descobertos e compartilhados nas redes sociais. Esses tweets, datados de 2019 a 2024, continham declarações ofensivas sobre muçulmanos, George Floyd e a diversidade nos prêmios de cinema. Gascón posteriormente deletou sua conta no Twitter e se desculpou publicamente, mas a repercussão foi grande.
Impacto na campanha para o Oscar
A controvérsia teve um impacto significativo na campanha do Oscar de "Emilia Pérez". Muitos questionaram se a atriz deveria participar dos eventos de premiação, e sua ausência em alguns eventos, como o Goya Awards, foi notada. A Netflix, que produziu o filme, também enfrentou críticas por não ter um posicionamento claro sobre as declarações de Gascón.