Claudia Leitte substitui música polêmica por hit de Gonzaguinha no Festival Virada Salvador
Em uma publicação nas redes sociais após o show, Claudia agradeceu o apoio dos fãs e escreveu: “Viva o Axé Music porque todo talento, toda boa dádiva vem do Pai das luzes!”

Foto: Rede Social
Na madrugada desta segunda-feira (30), Claudia Leitte subiu ao palco da Arena O Canto da Cidade como a quarta atração do Festival Virada Salvador 2025, trazendo toda a energia de seus maiores sucessos, como “Largadinho”, “Beijar na Boca” e “Extravasa”. No entanto, a cantora optou por não incluir em seu repertório a canção “Caranguejo (Corda do Caranguejo)”, marcada recentemente por uma polêmica envolvendo intolerância religiosa.
A controvérsia começou em 14 de dezembro, durante um show no Candyall Guetho Square, em Salvador, quando Claudia substituiu o nome de Yemanjá, orixá central das religiões afro-brasileiras, por “Yeshua”, uma referência a Jesus Cristo, na letra de "Caranguejo". A alteração gerou um intenso debate nas redes sociais e uma denúncia formal ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), sob a acusação de racismo religioso.
A deputada federal Olívia Santana (PCdoB) foi uma das principais vozes críticas, pedindo respeito a Yemanjá e alertando para a postura de artistas que, ao utilizarem elementos da cultura afro-brasileira, promovem intolerância. O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, também fez uma publicação ressaltando a relevância da Axé Music, que muitos internautas interpretaram como uma resposta à situação envolvendo a cantora.
Diante da repercussão negativa, Claudia Leitte tomou a decisão de não cantar “Caranguejo” em sua apresentação na orla da Boca do Rio. No lugar da música, a artista incluiu no setlist “O Que é, o Que é?”, de Gonzaguinha, encerrando sua performance com a mensagem reflexiva da canção.
Em uma publicação nas redes sociais após o show, Claudia agradeceu o apoio dos fãs e escreveu: “Viva o Axé Music porque todo talento, toda boa dádiva vem do Pai das luzes!”. A frase gerou novos debates sobre a postura da cantora e o impacto das críticas em sua carreira, destacando mais uma vez a delicada relação entre religião, cultura e música no Brasil.