Branca de Neve é um misto de emoções e rende debates entre internautas
O filme até acerta no visual e atuações, mas falha drásticamente no enredo

Foto: Divulgação
O tão aguardado remake live-action de Branca de Neve, dirigido por Marc Webb e lançado pela Disney em 2025, chegou aos cinemas com a promessa de reimaginar o clássico de 1937 para uma nova geração. Estrelado por Rachel Zegler como Branca de Neve e Gal Gadot como a Rainha Má, o filme aparentava ter o intuito de modernizar a narrativa dos irmãos Grimm, enfatizando empoderamento e diversidade. Porém, embora a ideia seja realmente boa, as reações nas redes sociais não foram das melhores, principalmente quando vemos as críticas do publico que fez questão de comentar sobre a produção do longa, que parece tropeçar em suas próprias ambições, dividindo opiniões entre quem celebra sua estética vibrante e quem lamenta a perda do charme atemporal do original.
A trama mantém a essência da história: Branca de Neve, uma jovem de coração puro, é perseguida pela invejosa Rainha Má e encontra refúgio com os sete anões. No entanto, o roteiro, assinado por Greta Gerwig e Erin Cressida Wilson, tenta infundir camadas contemporâneas, retratando Branca como uma líder proativa em vez de uma donzela passiva. Rachel Zegler entrega uma performance carismática, com vocais impressionantes em canções como “Whistle While You Work” e a nova “Beyond the Horizon”, composta por Benj Pasek e Justin Paul. Ainda assim, a sensação que fica é de que a personagem carece de profundidade emocional, parecendo mais um símbolo de ideais modernos do que uma figura tridimensional. Nas redes, fãs no X elogiam a química de Zegler com os anões, mas outros sentem que sua jornada carece da vulnerabilidade que tornou a animação icônica.
Gal Gadot, por sua vez, é um dos pontos altos, trazendo uma Rainha Má sedutora e ameaçadora. Sua interpretação eleva as cenas no castelo, especialmente nas interações com o espelho mágico, dublado por Ian McShane. No entanto, a tentativa de humanizar a vilã com um passado trágico divide opiniões entre os que passaram a simpatizar com a vilã e os que criticaram as mudanças. No fim das contas, isso dilui a força da maldade pura que definiu a personagem original. A dinâmica entre as duas protagonistas, embora intensa, não sustenta o peso narrativo esperado, deixando lacunas no ritmo do segundo ato.
Visualmente, Branca de Neve é um espetáculo. A direção de arte de Gemma Jackson e os efeitos visuais criam um mundo de conto de fadas que mistura o realismo de Cinderela (2015) com a fantasia exuberante de O Rei Leão (2019). A floresta encantada e a mina dos anões são cenários de tirar o fôlego, elogiados por veículos como Empire por sua imersão. Os anões, reinterpretados com CGI e dublados por vozes como Martin Klebba e Dinklage, recebem aplausos pela diversidade e humor, mas alguns fãs no X lamentam a ausência da simplicidade ingênua da animação, chamando-os de “genéricos”. A trilha sonora, embora bem executada, não alcança a memorabilidade das músicas clássicas, com reações mistas nas redes sobre as faixas originais.
A modernização da história, porém, é onde o filme mais polariza. A decisão de substituir o romance central por uma narrativa de autodescoberta é até uma tentativa ousadacom uma a mensagem de independência. porém, muitos espectadores comentaram no X sobre a frustração que sentiram com a ausência do príncipe (substituído por um amigo platônico, interpretado por Andrew Burnap), afirmando que a mudança descaracteriza o conto. Comentários como “Cadê a magia do amor verdadeiro?” ecoam nas redes, sugerindo que a Disney subestimou o apego do público por elementos tradicionais. Além disso, a tentativa de abordar temas como inclusão e resiliência parece forçada para alguns, com o Screen Daily apontando diálogos expositivos que soam deslocados.
No fim, Branca de Neve é um filme que brilha em momentos isolados, mas não encontra equilíbrio entre inovação e nostalgia. A direção competente de Webb, aliada ao talento de Zegler e Gadot, garante uma experiência visualmente cativante, mas a narrativa hesita entre honrar o legado e forjar um novo caminho.