“Ela não foi um bom exemplo, mas era gente boa”, disse Rita Lee em autobiografia

Rita Lee deixou algumas coisas programadas para quando chegasse a hora de partir. A cantora, que morreu na última segunda-feira (8), aos 75 anos, em decorrência de um câncer de pulmão, sabia qual frase queria para o seu epitáfio – termo usado para designar a frase registrada na lápide ou túmulo. 

Em sua biografia, Rita revelou o desejo: “Ela não foi um bom exemplo, mas era gente boa”. No mesmo capítulo, a cantora ainda descreveu como imaginava a repercussão de sua morte. O corpo da cantora será cremado nesta quarta-feira (10).

“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída”, diz trecho do livro. “Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão ‘Ovelha negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha do obituário de algumas revistas há de sair. Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkkk”, continua. 

“Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: “Thank you Lord, finally sedated”. Epitáfio: ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.”, finalizou Rita.