Nova previsão de crescimento do PIB está abaixo dos 2%, diz Banco Central
A estimativa foi divulgada no relatório do primeiro trimestre, nesta quinta-feira (27)

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O Banco Central (BC) ajustou sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, passando de 2,1% para 1,9%. A atualização está no relatório de política monetária referente ao primeiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira (27). Em 2024, conforme dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 3,4%. A projeção de um crescimento mais modesto neste ano, tanto pelo BC quanto pelos analistas do setor privado, indica uma desaceleração no ritmo da expansão econômica.
"A desaceleração esperada continua relacionada à política monetária mais restritiva (elevação dos juros), à redução dos estímulos fiscais (menor gasto público), ao baixo grau de ociosidade dos recursos produtivos e ao ritmo mais moderado da economia global", informou o Banco Central.
Nesta semana, a instituição já havia apontado que a atividade econômica e o mercado de trabalho estão demonstrando dinamismo, mas também surgem indícios de uma "incipiente" desaceleração do crescimento econômico, algo que, na visão do BC, é um "elemento necessário" para aliviar as pressões inflacionárias. Representantes do Banco Central destacaram que é fundamental uma desaceleração da atividade econômica para controlar a inflação e alinhar os índices às metas estabelecidas.
"Precisamos desacelerar um pouco a economia. O PIB ficou abaixo do esperado. Estamos vendo sinais de moderação [na atividade econômica]", afirmou o diretor do BC, Diogo Guillen, no início deste mês. No relatório de política monetária, o Banco Central indicou que o chamado "hiato do produto" continua positivo. Isso significa que a economia segue operando acima de seu potencial de crescimento sem gerar pressões inflacionárias.
O Banco Central também revisou sua previsão de inflação para 2025, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), elevando-a de 4,5%, em dezembro do ano passado, para 5,1%. A meta de inflação para este ano é de 3%, sendo considerada cumprida se variar entre 1,5% e 4,5%. Com isso, o BC projeta mais um descumprimento da meta de inflação neste ano, como ocorreu em 2024.
Para 2026, a projeção do Banco Central foi ajustada de 3,6% para 3,7%: "A probabilidade estimada, com base nos intervalos de probabilidade, aumentou de 50% para 70% no caso de 2025 e de 26% para 28% no caso de 2026", informou a autoridade monetária. Em seus relatórios, o Banco Central também mencionou que a meta de inflação deverá ser ultrapassada já em junho deste ano, devido à adoção do sistema de meta contínua desde o começo de 2025.