Lula considera medidas mais rigorosas para conter alta dos alimentos
Presidente expressa preocupação com preços e cita o ovo como exemplo de aumento descontrolado.

Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (7) que não descarta adotar medidas mais rigorosas para conter a elevação dos preços dos alimentos, que, segundo ele, é um tema de grande preocupação.
A declaração ocorreu um dia após o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciar ações como a isenção da tarifa de importação para determinados produtos, entre eles carne e café, com o objetivo de reduzir custos ao consumidor.
"Eu agora estou preocupado com o preço dos alimentos. Estou muito preocupado", afirmou Lula. "Estamos fazendo muito. Ontem [quinta] foi feito uma reunião no Palácio com muitos ministros, muitos empresários, já tomamos algumas medidas", completou.
O presidente destacou especialmente o preço do ovo, que, em sua visão, está "saindo do controle" e merece atenção.
"Eu quero encontrar uma explicação para o preço do ovo. Galinha não está cobrando caro. Eu ainda não encontrei uma galinha pedindo aumento do ovo. A coitadinha sofre, ainda canta quando põe o ovo, mas o ovo está saindo do controle. Uns dizem que é o calor, outros dizem que é a exportação. Eu estou atrás. Eu gosto de ovo, eu pelo menos como dois ovos por dia", disse.
Lula ressaltou que busca uma solução conciliadora para a alta dos alimentos, sem prejudicar produtores, mas reforçou que, se necessário, poderá intervir com medidas mais enérgicas.
"Eu quero que vocês saibam que o preço do café está muito caro para o consumidor, o preço do ovo está muito caro, o preço do milho está caro e nós estamos tentando encontrar uma solução. A gente não quer brigar com ninguém, a gente quer encontrar uma solução pacífica, sem nada. Mas, se a gente não encontrar, a gente vai ter que tomar atitude mais drástica porque o que interessa é levar a comida barata para a mesa do povo brasileiro", afirmou.
O presidente também reforçou que os produtores devem ser remunerados de forma justa e não sofrer prejuízos.
"Ela pode ser barata pagando um preço justo ao produtor. A gente acha que o produtor também tem o direito de ganhar dinheiro. A gente não quer que o produtor tenha prejuízo. A gente quer que ele ganhe. O que nós precisamos é saber que tem atravessador no meio. Entre o produtor e o consumidor deve ter muita gente que mete o dedo no meio da gente. E nós vamos descobrir quem é o responsável por isso numa boa", prosseguiu.
As declarações foram feitas durante um evento em Minas Gerais, onde o presidente participou de uma cerimônia de entregas do programa Terra da Gente.