Fábricas da BYD devem movimentar setores imobiliário, de serviços e alimentos
Em entrevista ao Varelanet, economista pondera que a geração de empregos projetada pela montadora dependerá do índice de consumo dos bens produzidos
Foto: Divulgação/BYD
Três meses após sua viagem à China, Jerônimo Rodrigues (PT) começa a colher os frutos de sua primeira missão em solo internacional. Na terça-feira (4), em um evento no Farol da Barra, o governador anunciou a instalação de três fábricas de automóveis elétricos a Camaçari. Sob responsabilidade da fabricante chinesa BYD (Build Your Dreams), as unidades funcionarão no mesmo polo da antiga Ford, que fechou no início de 2021.
Com um investimento de R$3 bilhões, a chegada da BYD em solo baiano deve gerar mais de 5 mil empregos diretos e indiretos. A operação deve ser iniciada no segundo semestre de 2024.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, com o fechamento da fábrica, a estimativa no ano de 2021 foi que cerca de R$ 20 milhões deixaram de circular mensalmente na economia de Camaçari e região. Entre os meses de janeiro e novembro, o setor de veículos, reboques e carrocerias fechou 4,8 mil empregos formais na Bahia, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Em entrevista ao Varelanet, o economista Edval Landulfo afirmou que, a partir do anúncio da fábrica BYD na Bahia, já há perspectiva de aquecimento em diversos setores da economia. "Começando no início do segundo semestre de 2024, a produção já movimenta o mercado imobiliário, prestação de serviço e alimentação. Podemos também ter serviços que antes não eram ofertados, como comércios, cursos de línguas e especialização em áreas de eletrônicos. Logicamente, as pessoas começam a fazer ampliações na cidade, e um estudo também deve ser feito para saber as necessidades da região. O governo deve criar toda uma boa estrutura para que, até lá, atenda a demanda dos padrões da fabricante", explica.
O economista diz, por outro lado, que o possível incremento na geração de empregos dependerá do índice de consumo dos bens produzidos. "O crescimento do número de empregos vai depender muito da aceitação desses veículos, uma vez que eles custam mais do que os carros à combustão. O veículo mais em conta é em torno de R$ 150 mil, mas com toda uma tecnologia de ponta que favorece às pessoas que possam pagar um pouco mais. Então, tendo uma boa aceitação do público, os números de empregos podem subir para 5 a 6 mil", avalia Landulfo.
Mais otimista, o prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo, projeta um cenário de geração de emprego e aumento de renda no município. "Sem dúvidas, este novo empreendimento vai impulsionar a geração de emprego e renda em Camaçari e na Bahia, além de retomar o polo automotivo do município. Da nossa parte, me coloco totalmente à disposição para dialogar com o governo do Estado e com a BYD para oferecer benefícios fiscais e incentivos, como já fizemos com a Ford, no início dos anos 2000, e com tantas outras empresas que aqui se instalaram nos últimos anos", disse o gestor.
Vídeo: baianos comemoram anúncio de instalação da BYD em Camaçari; assista
*Sob supervisão do editor Alexandre Santos