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Dólar volta a cair e chega a R$ 5,70

A moeda americana fechou o dia com uma queda de 0,75%

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Freepik

O dólar fechou está terça-feira (25) em queda de 0,75%, cotado a R$ 5,7087, influenciado por uma combinação de fatores internos e externos que trouxeram otimismo ao mercado financeiro. No cenário internacional, o índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos, divulgado pelo Conference Board, caiu de 98,3 pontos em fevereiro para 92,9 em março, abaixo das expectativas dos analistas, que previam 94,5 pontos. Esses dados fracos reduziram a pressão sobre o Federal Reserve (Fed) para manter os juros altos, enfraquecendo o dólar globalmente e beneficiando moedas emergentes como o real. Em Salvador, onde o comércio e o turismo dependem de um câmbio favorável, a notícia foi recebida com alívio por empresários e consumidores.

Internamente, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, publicada hoje, reforçou a sustentação do real ao adotar um tom firme. O documento confirmou que a Taxa Selic, elevada na semana passada para 14,25% ao ano, pode subir novamente em maio, em menor magnitude, caso a economia mostre sinais de desaceleração. O Copom destacou que a política monetária seguirá restritiva para conter a inflação, que permanece acima da meta, atraindo capital estrangeiro em busca de rendimentos mais altos no Brasil. Esse diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos foi um dos pilares para a valorização do real frente ao dólar nesta sessão.

O mercado de ações também refletiu o clima positivo: o Ibovespa, principal índice da B3, subiu 0,57%, fechando aos 132.068 pontos, aproximando-se do pico do ano registrado na quarta-feira passada (132.508 pontos). A queda do dólar, que acumula recuo de 3,5% em março e 7,62% em 2025, foi impulsionada ainda por um aumento no fluxo de investidores estrangeiros para ações brasileiras, conforme relatos de operadores. Enquanto isso, o recuo global do dólar foi acompanhado por uma leve queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), o que ampliou o apetite por ativos de mercados emergentes, como os do Brasil.

Embora o cenário seja de otimismo, analistas alertam para incertezas que podem influenciar o câmbio nas próximas semanas. As tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano Donald Trump, previstas para entrar em vigor em 2 de abril, seguem no radar dos investidores, assim como os desdobramentos das negociações comerciais entre EUA e China. No Brasil, a continuidade do aperto monetário dependerá de indicadores econômicos futuros, como o ritmo de crescimento e a inflação. Por ora, a queda do dólar para R$ 5,70 traz um respiro à economia brasileira, mas o mercado permanece atento aos próximos capítulos dessa dinâmica global e doméstica.

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