Conta de energia pode cair em até 14% com mudança nos subsídios
Estudo da Abrace sugere que a redução dos subsídios pagos pelos consumidores poderia aliviar a conta de luz, mas o governo enfrenta desafios financeiros e considera usar recursos do pré-sal
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Uma análise recente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace) indica que a conta de energia elétrica no Brasil poderia diminuir entre 12% e 14% se os subsídios forem transferidos para o orçamento federal. Atualmente, esses subsídios, que somam cerca de R$ 30 bilhões por ano, são pagos pelos consumidores e estão incluídos na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), representando aproximadamente 12,5% do custo da tarifa de energia.
A Abrace propõe que esses subsídios sejam gradualmente deslocados para o orçamento federal ao longo de dez anos, uma medida que, segundo a associação, ajudaria a reduzir a carga financeira sobre os consumidores e tornaria os custos de energia mais transparentes.
No entanto, o governo enfrenta desafios para implementar essa proposta. Em abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu uma solução para o aumento da conta de luz, mas o Tesouro Nacional informou que seu orçamento já está bastante limitado e não pode suportar o custo total dos subsídios.
Como alternativa, o Ministério de Minas e Energia sugere que os recursos provenientes dos leilões de petróleo da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), que opera campos no pré-sal, sejam utilizados. Com a expectativa de aumento na produção de petróleo nos próximos anos, essa abordagem poderia fornecer uma fonte adicional de financiamento. No entanto, a proposta ainda está sendo discutida e dependerá da evolução da produção e dos resultados dos leilões.