NotíciasCidadeRolê aleatório: Pinguins voltam a 'invadir' as praias de Salvador; veja o motivo

Rolê aleatório: Pinguins voltam a 'invadir' as praias de Salvador; veja o motivo

De 2015 à 2022 mais de 20 pinguins foram vistos nadando com banhistas nas praias da capital baiana

| Autor: Vinicius Viana *

Foto: Divulgação/GCM

Entra ano e sai ano, os baianos são surpreendidos com a visita de turistas diferentes e especiais no litoral baiano: os pinguins. Porém, essa chegada acontece após as aves mais jovens se perderem das mais experientes durante o período migratório, no qual elas procuram águas mais quentes para temporada de acasalamento e reprodução.

De 2015 à 2022 mais de 20 pinguins foram vistos ‘curtindo’ em Salvador. Somente este ano, dois pinguins foram flagrados em meio aos banhistas na Praia do Porto da Barra e outros os três foram encontrados no Subúrbio Ferroviário, na faixa de areia da Praia de Paripe e na praia de Coutos, ambas na capital baiana. 

O comandante do Grupo Especial de Proteção Ambiental (GEPA), da Guarda Civil Municipal (GCM) de Salvador, Robson Pires, contou que três pinguins foram resgatados este ano na capital baiana e explicou o motivo do surgimento destes animais na Bahia.

“Anualmente os pinguins migram das ilhas Malvinas, Argentina e do Chile, buscando águas mais quentes para a reprodução e seguindo as correntes marítimas atrás de alimentação. O pico da temporada acontece entre julho e agosto, e isso faz com que alguns animais se percam ou fiquem cansados e venham parar nas praias de Salvador”, declarou. 

Há alguns anos, banhistas capturaram um pinguim e acabaram colocando o animal em uma geladeira na crença que estariam fazendo bem à ave, com o objetivo de conseguir uma temperatura mais amena, porém o animal acabou morrendo dentro do eletrodoméstico. “Nunca colocar o animal dentro de freezer ou geladeira, lembrando sempre que o animal está saindo de regiões muito frias procurando locais com águas mais quentes”, pontuou Pires.

O comandante da GEPA foi enfático ao dizer que é crime capturar o animal, e orientou sobre o que não fazer ao avistá-lo nadando no litoral baiano. "Caso o animal esteja na água, não tentar se aproximar, pois ele está em seu hábitat natural. Nunca tentar capturar o animal, pois é crime ambiental pegar animal silvestre conforme lei 9.605/98 ART 29 e o infrator pode receber multa, ser preso e responder processo. Caso o animal venha a óbito o infrator estará cometendo também crime de maus tratos com pena de até 5 anos de reclusão e multas”, declarou.

Robson alertou sobre os ricos de saúde que as pessoas correm ao consumir a carne dos pinguins. “A pessoa que consome a carne do animal corre o risco de se contaminar com alguma doença, visto que o animal viaja pelo mar e pode se contaminar com alguma substância ou patógenos perigosos para o ser humano”.

O agente ainda destacou que após a captura, os pinguins passam por avaliações antes de serem reconduzidos ao meio ambiente. “Ao capturar os pinguins, as equipes do GEPA leva os animais imediatamente para o Instituto de Mamíferos Aquáticos (IMA) para que o animal seja avaliado por veterinário, passe por uma quarentena e assim que estiver recuperado seja devolvido ao seu hábitat natural para cumprir seu papel na natureza”, completou. 

Guarda Civil Municipal (GCM) de Salvador orienta a população a entrar em contrato com órgão por meio do número 3202-5312 caso o animal estiver ‘passeando’ na faixa de areia, para que uma equipe especializada seja enviada para conter e capturar a ave com segurança. 

*Sob a supervisão do editor Rafael Tiago Nunes

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