NotíciasCidadeMulheres contam com aplicativo Nina para denunciar casos de violência de gênero na Virada Salvador 2025

Mulheres contam com aplicativo Nina para denunciar casos de violência de gênero na Virada Salvador 2025

Disponível para smartphones, o acesso ao Nina é simples e ocorre por meio de um QR Code distribuído em ventarolas, ônibus especiais e totens no local do evento

| Autor: Redação - Varela Net

Foto: Lucas Moura/ Secom PMS

A Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), em parceria com a Empresa Salvador Turismo (Saltur) e a startup Super Nina, trouxe uma novidade tecnológica para o Festival Virada Salvador 2025: o aplicativo Nina. A ferramenta permite que denúncias de violência de gênero, como importunação sexual, sejam feitas de forma rápida e discreta via WhatsApp.

Disponível para smartphones, o acesso ao Nina é simples e ocorre por meio de um QR Code distribuído em ventarolas, ônibus especiais e totens no local do evento. A tecnologia, baseada em inteligência artificial, garante atendimento imediato e personalizado. Mulheres podem se cadastrar enviando uma mensagem ao número nacional de atendimento (85) 9 3300-7001 ou acessando diretamente o QR Code.

Uma inovação no combate à violência

“A Nina vem como uma nova ferramenta para fortalecer toda a nossa ação relacionada ao combate à violência de gênero nos períodos das festas, especialmente Réveillon e Carnaval. Ela dá às mulheres mais segurança e agilidade na denúncia”, afirmou Fernanda Lordêlo, titular da SPMJ.

A ferramenta permite registrar denúncias tanto para situações vivenciadas pelas usuárias quanto para terceiros. A denúncia deve incluir referências do local do incidente, e, caso ocorra dentro de um ônibus, o número identificador do veículo pode ser informado para que a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) analise as imagens das câmeras internas.

Primeiro dia tranquilo e expectativa positiva

No primeiro dia de funcionamento, não houve notificações de violência de gênero. Segundo a secretária, isso reflete um possível efeito preventivo da ferramenta: “Acreditamos que o receio dos homens por ter nesse espaço mais uma ferramenta de proteção colaborou para isso”.

As ocorrências dentro do festival serão tratadas pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e pelo Posto Avançado de Atenção à Mulher. Já os casos ocorridos fora do evento serão encaminhados para a Casa da Mulher Brasileira, que funciona 24 horas.

Simony César, fundadora da startup Super Nina, destacou a importância dessa iniciativa pioneira: “Mesmo que a pessoa não queira denunciar pelo WhatsApp, ela pode buscar o posto de atendimento avançado da SPMJ, que também usará nosso sistema. Nosso objetivo é garantir um evento seguro para todas as pessoas”.

Educação e prevenção

Além do aplicativo, o Festival Virada Salvador tem promovido campanhas educativas para conscientizar o público. Mais de 7 mil ventarolas, 130 ônibus especiais e diversos totens espalhados pelo evento divulgam o QR Code de acesso à Nina.

A atendente Monica Leal, de 30 anos, aprovou a novidade: “Eu já soube de casos de violência em eventos, principalmente de importunação sexual. Acho superválido que sejam criadas iniciativas como essa”.

Na edição passada, a SPMJ registrou aproximadamente 450 casos de violência de gênero, reforçando a importância de iniciativas como a Nina para oferecer um ambiente mais seguro e acolhedor às mulheres.

Perspectivas futuras

Além de atuar na resolução imediata das ocorrências, o aplicativo também ajuda a mapear a violência de gênero e identificar padrões, contribuindo para estratégias de prevenção em eventos futuros. Para Ana Carolina Nunes, coordenadora técnica da Super Nina, “essas informações ajudam a Prefeitura a planejar ações mais eficazes”.

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