Laudo pericial confirma tortura sofrida por funcionários de loja em Salvador

O laudo pericial da Polícia Civil confirmou que os funcionários de uma loja da Lapa, em Salvador, sofreram tortura dos patrões. Os acusados utilizaram ferro quente para queimar um dos trabalhadores com o número 171, por conta de um susposto furto de R$ 30, que foi negado pelo jovem. 

Além de ter as mãos queimadas, William de Jesus foi agredido com pauladas no corpo e nas mãos, assim como seu colega de trabalho, Marcos Eduardo Serra. O caso foi denunciado à polícia no mês de agosto. O inquérito ainda não foi concluído.

"Brincaram comigo como se eu fosse um objeto. Acho que foi uma hora ou 40 minutos [de agressões], não sei, era muito doloroso para mim contar o tempo. Passei por muita dor e muito sofrimento. Eu pedi a todo instante para ele parar, pedia a todo momento pela minha vida e ele só me agredia. Quando ele queimou, no olhar dele, ele estava feliz", disse Willian ao g1.

Os acusados, Alexandre e Diógenes Carvalho, prestaram depoimento ao delegado Willian Achan mais de uma vez. A dupla confessou as agressões, mas afirmou que não cometeram tortura. De acordo com o responsável pelo caso, não há dúvidas sobre a prática de tortura, mas o mandado de prisão só será emitido quando estiver com mais provas.

A Polícia Civil informou que oferecerá denúncia ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Leia mais:

Patrão tortura funcionários de loja na Lapa e marca os jovens com ferro quente

Delegado explica que não há elementos para prisão de patrões torturadores

"Fui tomado por alguma coisa", diz patrão que torturou funcionários