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Homem confessa ter matado criança com 45 facadas dentro de escola

Menina foi morta em 2015, dentro do depósito de um colégio particular

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/TV Globo

Mais de seis anos após o assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, o suspeito de cometer o crime foi identificado pela Polícia Científica de Pernambuco, onde confessou o crime. O homem, identificado como Marcelo da Silva, de 40 anos, é suspeito de matar a criança com 42 facadas dentro de um colégio particular de Petrolina, em Pernambuco.

A menina participava da formatura da irmã, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, no dia 10 de dezembro de 2015. Ela saiu do lado dos pais para beber água e desapareceu.

Desde então, foram realizadas sete perícias. O inquérito acumulou 24 volumes, 442 depoimentos e 900 horas de imagens analisadas.

Laudo pericial

A TV Globo teve acesso ao laudo final do caso, que foi concluído na segunda-feira (10) e enviado nesta terça-feira (11) para a Secretaria Estadual de Defesa Social (SDS) e ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Nesta terça (11), após ser ouvido por delegados e assumir o crime, o suspeito foi indiciado.

Segundo o laudo pericial, o DNA encontrado na faca, que foi deixada no local do assassinato, é de Marcelo, que está preso por outros crimes, mas não foram esclarecidos quais. De acordo com a TV Globo, o DNA na faca foi comparado com o material genético de 125 pessoas consideradas suspeitas. 

Crime

Beatriz Angélica Mota estava em uma festa no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, com os pais, festejando a formatura da irmã. Cerca de 2 mil pessoas estavam na unidade de ensino no dia do evento.

O pai dela era professor de inglês da instituição. A última imagem que a polícia tem de Beatriz, foi registrada às 21h59 daquele dia. Ela se afasta da mãe e vai ao bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra.

O corpo de garota foi encontrado em um depósito de material esportivo desativado, perto da quadra onde ocorria a solenidade.

A menina tinha ferimentos no tórax, membros superiores e inferiores. A faca usada no crime, de tipo peixeira, foi encontrada cravada na região do abdômen da criança.

No dia seguinte, a faca foi tirada de Petrolina e entregue ao Instituto de genética Forense, no Recife. A imagem de uma câmera de segurança mostrando um possível suspeito chegou a circular, mas a polícia não conseguiu identificá-lo.

Depois de passar por oito delegados deferentes, a investigação ficou com uma Força-Tarefa formada por quatro profissionais que passaram a comandar as apurações.

Os pais de Beatriz chegaram a caminhar por mais de 700km pedindo por justiça, em dezembro de 2021, afirmando que "a polícia tinha sabotado o inquérito" e que "os assassinos estavam sendo protegidos pela polícia".

Eles ainda se reuniram com o governador Paulo Câmara (PSB), no Palácio das Princesas, na sede do governo. No local, Câmara afirmou que era favorável ao processo de federalização das investigações.

No mesmo dia, o chefe do Executivo estadual anunciou a demissão do perito Diego Costa, que prestou consultoria ao colégio onde a menina foi morta.

Diante da demissão, a Associação de Polícia Científica afirmou que “estava atenta a todos os desdobramentos do caso, para adotar todas as providências voltadas para a defesa dos interesses do perito criminal Diego e de toda categoria”.

No encontro com os pais da menina, no dia da chegada da caminhada ao Recife, o secretário de Defesa Social, Humberto Freire, reconheceu que “houve dificuldades em momentos da investigação”.

Freire disse também, no dia do encontro, que imagens de câmeras de segurança que tinham sido apagadas foram recuperadas. Um inquérito foi aberto para identificar se foi “uma falha de manuseio” ou intencional.

Nesta ocasião, o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora informou que as imagens divulgadas integram o inquérito policial e que as pessoas que aparecem nelas não fazem parte da instituição.

A instituição de ensino afirmou, ainda, que "não houve manipulação ou exclusão de imagens das câmeras".

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