Entenda o caso da menina que foi assassinada a caminho da escola, em Salvador

Uma estudante de 15 anos, identificada como Cristal Rodrigues Pacheco, foi assassinada durante uma suposta tentativa de assalto em frente ao Palácio da Aclamação, no bairro do Campo Grande, em Salvador, na manhã desta terça-feira (2). A jovem era estudante de uma escola particular da região e foi atingida com um disparo de arma de fogo enquanto se direcionava para a unidade de ensino, ao lado da mãe e da irmã, de 12 anos. 

O trio foi abordado por duas mulheres por volta das 7h30. Uma das suspeitas portava uma arma branca (faca) e a outra estava com uma arma de fogo. Na ação criminosa, Cristal acabou levando um tiro no lado esquerdo do peito e acabou morrendo no local. 

"Foi atingida no peito, do lado esquerdo, com um disparo. Tem equipes em busca dos suspeitos, inclusive agentes da Polícia Civil também fazem as buscas", disse o delegado Reinaldo Mangabeira em entrevista à Record TV Itapoã.

A Polícia Civil já identificou as duas suspeitas, uma delas foi conduzida à delegacia.  Identificada como Amanda da Silva Passos, conhecida como "Galega", ela tem passagens pela polícia por assaltos na região. Entretanto, Galega negou o crime e foi liberada após prestar depoimento. De acordo com o programa 'Balanço Geral', da RecordTV Itapoan, a polícia exige o retorno da suspeita à unidade policial. 

De acordo com a delegada Andreia Ribeiro, apesar da suposta tentativa de assalto, nenhum pertence da vítima foi levado. "A informação que nós temos é que nenhum pertence da vítima foi levado, nem o celular", afirmou.

Ainda segundo informações do 'Balanço Geral', as duas suspeitas já estiveram envolvidas em outros crimes na cidade e seguem foragidas até o momento - a informação é de que a dupla esteja escondida no centro de Salvador. Além disso, Bacci, apresentador do 'Balanço Geral' de São Paulo, acrescentou que supostamente, ambas as mulheres envolvidas no crime eram usuárias de droga.

Com a ajuda das imagens das câmeras de segurança e do depoimeto de pessoas que estavam próximas ao local do crime, por volta das 17h a prisão da primeira suspeita foi efetuada na região do Congo, no Subúrbio.

Apesar da hipótese de que uma terceira pessoa cooperou na execução roubo ter sido descartada pelas autoridades, policiais identificaram o homem que havia a fornecido a arma do crime, de maneira ilegal, para as mulheres que abordaram Cristal e sua família. O fornecedor do armamento, que não teve seu nome divulgado, foi preso ainda durante a noite da terça (2).

 

Posicionamento de políticos

O caso de Cristal chocou a população baiana e gerou muita comoção. Durante o dia, diversos políticos se solidarizaram com a família da vítima e questionaram o 'silêncio' do governador da Bahia, Rui Costa (PT), de Jerônimo Rodrigues (PT), candidato ao governo do estado e do secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino. 

Prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil) afirmou que o Governo do Estado perdeu a capacidade de enfrentar o crime e disse que a marginalidade sequer respeita mais o poder público, uma vez que a morte da jovem ocorreu a poucos metros do Quartel dos Aflitos, sede do comando-geral da Polícia Militar (PM). 

"É com indignação que a gente recebe uma notícia como essa. Nossa equipe está dando apoio, tentando pegar as imagens da área para que os responsáveis sejam punidos. Mas efetivamente o governo do Estado perdeu a capacidade de fazer o enfrentamento ao crime e à marginalidade. Essa é uma constatação. Os fatos estão aí", declarou o gestor Municipal.

O ex-prefeito de Salvador e pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto (União Brasil) aproveitou para criticar o trabalho de segurança pública da gestão Rui.

“O governador não pode simplesmente acompanhar à distância o que está acontecendo. Ele tem que se envolver diretamente. O comandante-geral da Polícia Militar, o delegado-chefe da Polícia Civil e o secretário de segurança pública respondem diretamente ao governador”, cobrou Neto, em entrevista à Rádio Sociedade.

Alexandre Aleluia (PL), vereador de Salvador e pré-candidato a deputado federal, comentou sobre o caso e afirmou que o "O PT tem esse sangue nas mãos". "O assassinato de Cristal Rodrigues Pacheco, de 15 anos, é o retrato do que se tornou a Bahia com a chegada do PT ao governo: a ousadia dos criminosos, a certeza da impunidade causa tragédias como esta", disse Aleluia. 

O deputado federal e pré-candidato ao Senado, Cacá Leão, afirmou que a tragédia que ocorreu nesta terça (2), é indamissível, além disso, se revoltou diante do cenário violento que o estado da Bahia, como um todo, vem enfrentando.“Não sou eu que digo que a Bahia, hoje, é o estado mais violento do Brasil, são os índices e as agências reguladoras que mostram. Eu acho que precisa-se ter uma mão mais forte do Estado para resolver a violência, que tem tomado conta tanto dos grandes quanto dos pequenos municípios”.