NotíciasCidadeConheça o Palco do Rock: o refúgio roqueiro no Carnaval de Salvador

Conheça o Palco do Rock: o refúgio roqueiro no Carnaval de Salvador

Festival de mais de 30 anos movimenta a cena roqueira soteropolitana

| Autor: Antonio Marzaro

Foto: Alfredo Filho/SECOM

O Carnaval de 2025 marca o aniversário de 40 anos do Axé-Music, o gênero musical que carrega a festa em Salvador. Nomes como Luiz Caldas, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Bell Marques e Ivete Sangalo fizeram do estilo, o oficial da festividade. Mas é claro que nem todo mundo gosta de ouvir axé e outros gêneros que tocam no Carnaval. Um dos estilos mais deixados de lado é o rock, que perde espaço na época da festa. 

Mas você sabia que existe um festival durante o Carnaval para o gênero? Desde 1994, o Palco do Rock movimenta a cena roqueira da cidade em Piatã, sendo o maior festival de rock independente da Bahia e recebendo anualmente bandas da cena local, do interior e de outros estados do país. Embora tenha mais de 30 anos, o festival não é tão conhecido pelo povo soteropolitano. Giulia Maciel, 19, diz que conheceu o Palco do Rock porque seus parentes lhe mostraram o festival:

“É uma divulgação muito pequena, eu conheço porque tenho pessoas da família que frequentam, mas eu tenho muitos amigos que gostam do gênero, mas nunca tinham ouvido falar do palco do rock porque você não vê divulgação em cima”.

Na última sexta-feira (14), o Secretário de Cultura da Bahia Bruno Monteiro anunciou a continuidade do Palco do Rock em um evento sobre ações promovidas pelo Governo do Estado para o Carnaval. Mesmo assim, o músico e professor Daniel Alcântara, 28, não vê a medida como suficiente:

“O rock n' roll sempre existiu aqui na cidade, outros movimentos como hip-hop e trap, sempre existiram. E a gente não vê esses eventos com o mesmo incentivo da grande massa, que é axé, pagode e sertanejo. Eu vejo que nossa Bahia é muito rica culturalmente, mas se a gente parar para analisar o cenário não muda, não tem novidade. Sempre as mesmas peças. Nada contra, é interessante valorizar a cultura local, nossa raiz. E a galera do Palco do Rock já existe há muitos anos, só que sempre tem a dificuldade de encontrar patrocínio, de fazer o evento acontecer”, argumentou.

Daniel também falou sobre a demanda de shows do gênero, afirmando que existem casas sempre cheias e o público está carente de novas caras: “Tem gente que fala, ‘mas acontece rock em Salvador?’ Acontece. Cadê os novos artistas? Tá faltando um pouquinho de estímulo, não só no rock, mas na música eletrônica, no hip hop, porque temos vários artistas de qualidade que não são vistos da maneira adequada”.

Criador de um instituto musical, que visa ensinar e produzir canções, o professor deixa um pedido: ”Olhem mais para esse cenário alternativo, porque ele fomenta muito conhecimento, cultura. Tem um grupo jovem que está carente e sabemos que o acesso à cultura, arte e educação, diminui a criminalidade.”

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