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CineClube Gereré e a importância do acesso à cultura para crianças periféricas

Como projetos culturais podem ajudar crianças da periferia

| Autor: Deivide Sena

Foto: Deivide Sena

O acesso à cultura é essencial para o desenvolvimento das crianças. Porém, para crianças periféricas, essa experiência é dificultada. Em um país marcado pela desigualdade, garantir que crianças periféricas tenham acesso à cultura é de extrema importância, visto que é uma ferramenta poderosa de inclusão social e construção de identidade.

Crianças que crescem em contato com a arte, a música, o cinema, o teatro, a literatura e outras manifestações culturais desenvolvem habilidades fundamentais como a criatividade, o pensamento crítico e a empatia. Para crianças que vivem nas periferias, muitas vezes enfrentando contextos de vulnerabilidade social e econômica, o acesso à cultura pode significar a chance de enxergar novas perspectivas e possibilidades.

CineClube Gereré: cinema na rua e conscientização

O CineClube Gereré surgiu com o objetivo de levar o acesso ao cinema as crianças do São João do Cabrito, localizado no subúrbio ferroviário de Salvador. Emilae Sena, idealizadora do projeto ao lado de Neusinea Miranda e Tatiane Queiroz, contou um pouco o objetivo do Cineclube em democratizar o acesso à cultura: “A ideia do CineClube é que as sessões fossem realizadas de maneira itinerante em pontos da comunidade do São João do Cabrito. Então, o CineClube foi realizado nas ruas, aberto a todos os públicos e, em especial, as crianças e os adolescentes que ficam brincando. Então, foi esse público que mais tomou conta das sessões do CineClube Gereré”, contou a educomunicadora. 

O nome do projeto é derivado de um objeto utilizado para a pesca e a coleta de frutos do mar. Emilae falou um pouco sobre a importância do projeto na conscientização sobre o cuidado com o meio ambiente. “A ideia do CineClube é essa valorização e também, de uma certa maneira, educar as pessoas sobre os cuidados com a maré, com os frutos do mar, com a importância dessa riqueza e dessa história dentro da comunidade do São João do Cabrito, da cidade de Salvador e da Bahia. Então, essa foi toda a ideia por trás do CineClube. É claro que também de levar a experiência do cinema e do CineClubismo para essas pessoas que muitas vezes não têm o acesso a estar numa sala de cinema”, afirmou. 

Com uma média de 80 espectadores por sessão, a educomunicadora ressaltou os resultados que obtiveram com o projeto. “As pessoas param na rua, chamam, pedem para que levem para as suas ruas, para que levem também para outras comunidades de todo o subúrbio ferroviário e também da cidade de Salvador. Então, os resultados são impactantes, principalmente quando a gente vê que as crianças passam a ter um cuidado maior com a área que mora, cuidado com o lixo, cuidado com a maré, então esses são os grandes resultados e principalmente também de trabalhar a ludicidade, a imagética e as construções de outras narrativas para essas crianças e essas pessoas de maneira geral”, finalizou Emilae. 

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