'Chacina do Cabula' completa sete anos e grupo faz ato em memória das vítimas
Ação da PM que deixou 12 mortos em Salvador aconteceu em fevereiro de 2015
Foto: Reaja – Organização Política
Neste domingo (6) foi realizado um ato em memória dos sete anos da Chacina do Cabula, nome pelo qual ficou conhecida a ação da Polícia Militar que deixou 12 mortos no bairro de Salvador. A organização comunitária "Reaja ou será morto, reaja ou será morta" foi a responsável pelas homenagens. Ainda sem solução, o caso tramita em segredo de Justiça. segundo o Tribunal da Justiça da Bahia (TJ-BA) e o Ministério Público da Bahia (MP-BA).
O ato aconteceu entre as 9h e 11h, na localidade da Vila Moisés, no próprio local onde ocorreram os homicídios. 12 jovens foram mortos através de tiros e outros seis ficaram feridos gravemente.
Lígia Bittencourt, militante da organização, declarou que o ato teve como intenção saudar a memória das vítimas, na época com idades entre 15 e 28 anos.
"O ato relembrou a chacina, já que, mesmo após sete anos, as famílias das vítimas seguem sem respostas", afirmou Lígia.
Na época das mortes, em fevereiro de 2015, a Polícia Militar declarou que apenas reagiu a disparos de arma de fogo iniciados pelas vítimas. De acordo com a PM, o tiroteio ocorreu após denúncias de que um grupo teria planejado assaltar um banco na região.
Ainda em 2015, os nove policiais envolvidos no caso foram absolvidos logo após o inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontar legítima defesa dos policiais, que não tiveram seus nomes divulgados.
Entretanto, o Ministério Público (MP-BA) não aceitou a versão da PM e denunciou os agentes por homicídio. Em 2018, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) anulou a sentença que inocentou os policiais e os PMs voltaram a ser réus.
O caso segue em segredo de Justiça. De acordo com o TJ-BA, apenas as partes envolvidas e os procuradores têm acesso às informações.