NotíciasCidadeBuraco do inferno: cratera em imóvel na Bahia gera risco de explosão

Buraco do inferno: cratera em imóvel na Bahia gera risco de explosão

Temperatura registrada no buraco já chegou a 75ºC

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/TV Subaé

Uma residência corre risco de explosão no bairro Queimadinha, na cidade baiana de Feira de Santana, devido a alta temperatura do solo. A casa tem um buraco aberto no hall de entrada, onde já foram registrados 75ºC.

A moradora do imóvel, Roseane Conceição, descobriu o problema ainda em 2019, após o chão do local ficar extremamente quente. Na época, ela quebrou uma parte do piso da casa, abriu um buraco no solo e encontrou água fervente brotando do chão. Para a água ferver é necessário atingir 100°C, o que significa que a temperatura ao longo do buraco é ainda mais alta do que a registrada.

"Moramos eu, meu filho e a minha mãe de 80 anos. Não sabemos o que fazer", disse a proprietária ao g1.

Ainda naquele ano, especialistas explicaram que a casa foi construída em cima da Lagoa do Prato Raso, um local aterrado sem a retirada de restos de plantas. Ao longo do tempo, a vegetação entrou em um processo químico de fermentação e produziu os gases carbônico e metano, que aumentaram a temperatura do solo.

Em 2022, a situação está sendo acompanhada desde segunda-feira (18) por Equipes da Defesa Civil e da Secretaria do Meio Ambiente de Feira de Santana, em conjunto com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).

De acordo com Hilda Talma, doutora em química analítica e professora da universidade, o risco de explosão do imóvel preocupa.

"A preocupação é de avaliar e determinar a quantidade de metano na atmosfera para saber se ele está em um teor de risco para causar explosão. No momento, não há esse risco. Porém, existe um outro risco, referente a formação dos gases que ficam confinados embaixo [da casa]. O confinamento desses gases causa risco de explosão", afirmou.

O diretor de planejamento da Secretaria de Meio Ambiente, João Dias, também está envolvido no monitoramento. Ele disse que os moradores precisam deixar a casa para que o problema seja analisado. Contudo, ele não informou se já existe uma data para a realização dessa operação.

"A gente precisa desapropriar este imóvel, para que a gente contrate uma universidade em expertise nesse assunto para remover o imóvel e verificar a causa desse problema", disse.

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