Trabalhadores demitidos da Voepass denunciam atrasos em salários e direitos

Quase duas semanas após terem sido desligados da Voepass, ex-colaboradores da companhia aérea seguem sem receber os salários correspondentes ao mês de março. Além disso, segundo relatos, a empresa não forneceu qualquer orientação ou documento necessário para que eles possam solicitar o seguro-desemprego, aumentando a apreensão em relação ao futuro.

O pagamento dos salários deveria ter ocorrido até o dia 21 de abril, mas até agora os valores não foram depositados. A situação se agrava diante da falta de comunicação por parte da empresa sobre o pagamento das verbas rescisórias.

A Voepass, por sua vez, comunicou que os direitos trabalhistas dos empregados foram incluídos no processo de recuperação judicial apresentado ao Tribunal de Justiça de São Paulo no dia 22 de abril. A Justiça ainda não se pronunciou sobre o pedido.

A crise enfrentada pela companhia teve início em agosto de 2024, após a queda de uma aeronave na cidade de Vinhedo (SP). Desde então, a situação financeira da empresa se deteriorou, levando à suspensão de seus voos pela Anac e ao rompimento de uma importante parceria com a Latam. O cenário culminou nas demissões em massa no começo de abril.

Na documentação apresentada à Justiça, a Voepass revelou possuir uma dívida de aproximadamente R$ 210 milhões com seus credores, dos quais mais de R$ 43 milhões são referentes a pendências trabalhistas. A empresa prometeu apresentar um plano de recuperação judicial no prazo de até 60 dias.

Enquanto isso, os ex-funcionários demonstram preocupação com a indefinição sobre os pagamentos devidos e denunciam que, durante o período em que estavam empregados, a empresa deixou de realizar os depósitos obrigatórios do FGTS.