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Semana Santa: a caminhada de fé que transforma dor em esperança

Celebrações que começam com ramos e terminam com a luz da ressurreição conduzem os fiéis pelos mistérios centrais do cristianismo

| Autor: Iarla Queiroz

Foto: Reprodução

A semana mais importante da fé cristã começa com aclamações e termina com júbilo. A Semana Santa remonta aos últimos passos de Jesus Cristo antes da crucificação, morte e ressurreição. Desde o Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa, a Igreja Católica conduz os fiéis por uma jornada de fé, marcada por símbolos, silêncio e profunda espiritualidade.

Do Domingo de Ramos à Quarta-feira Santa: os primeiros passos da entrega

O ponto de partida é o Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Montado em um jumento, ele foi recebido com ramos e cantos de louvor pelo povo. A liturgia deste dia não apenas reencena esse momento, mas também anuncia o início da Paixão.

Na Segunda-feira Santa, o Evangelho narra a visita de Jesus a Betânia, onde Maria unge seus pés com perfume. A liturgia destaca a figura do “servo sofredor”, e a proximidade da morte de Cristo é sentida com mais intensidade.

A Terça-feira Santa aprofunda essa tensão. A missa apresenta a previsão da traição de Judas e a negação de Pedro. É o prenúncio do drama que se avizinha. A liturgia também recorda a missão de Jesus como “luz das nações”.

Na Quarta-feira Santa, muitas comunidades realizam a tradicional “Procissão do Encontro”, onde as imagens de Jesus e de Maria se encontram em um gesto simbólico de dor e compaixão. O dia é marcado pelo “Sermão das Sete Palavras”, que convida à conversão.

Quinta-feira Santa: o início do Tríduo Pascal

A Quinta-feira Santa marca a abertura do Tríduo Pascal, o coração da Semana Santa. Nessa noite, Jesus celebra a Última Ceia com os discípulos, institui a Eucaristia e realiza o gesto do lava-pés, como sinal de serviço e amor.

Após a missa, o Santíssimo Sacramento é levado em procissão e exposto para adoração. Não há bênção final: o silêncio toma conta, preparando o espírito para o dia seguinte.

Sexta-feira Santa: a cruz como sinal de esperança

A Sexta-feira Santa é dia de profundo recolhimento. Às 15h, é celebrada a Paixão do Senhor, composta por três partes: a liturgia da Palavra, a adoração da cruz e a distribuição da comunhão. A cruz é apresentada à comunidade e venerada solenemente, como sinal de salvação.

É também o dia da Via-Sacra, que remonta os passos de Jesus até o Calvário. Em várias paróquias, encenações da Paixão ajudam os fiéis a mergulhar na dor redentora do Cristo crucificado.

Sábado Santo: o silêncio que antecede a luz

O Sábado Santo é marcado pelo silêncio da morte. Jesus está no sepulcro, e a Igreja permanece em oração. Mas esse não é um dia vazio: é o tempo da espera, da esperança contida.

Na noite do sábado, tem início a Vigília Pascal, considerada a maior e mais solene celebração do calendário litúrgico. A cerimônia começa com a bênção do fogo novo, a preparação e acendimento do Círio Pascal, símbolo de Cristo ressuscitado. Em seguida, os fiéis entram em procissão na igreja, com velas acesas, proclamando a luz de Cristo.

Durante a vigília, são proclamadas várias leituras bíblicas, que narram a história da salvação. Depois, renova-se as promessas do Batismo, e é celebrada a Eucaristia da Ressurreição.

Domingo de Páscoa: a vitória da vida sobre a morte

O Domingo da Ressurreição é o ápice da fé cristã. A ressurreição de Jesus é celebrada em missas festivas ao longo de todo o dia. O temor e a tristeza da cruz dão lugar à esperança e à vida nova.

A palavra “Páscoa” vem do hebraico Peseach, que significa “passagem” — e é justamente isso que se celebra: a passagem da morte para a vida, da dor para a alegria, da escravidão do pecado para a liberdade da fé.

Símbolos da Páscoa: sinais de um mistério eterno

Diversos símbolos ajudam a traduzir esse mistério da fé. O cordeiro representa o sacrifício redentor de Cristo. O pão e o vinho, oferecidos por Jesus na Última Ceia, simbolizam seu corpo e sangue. A cruz, antes sinal de condenação, torna-se símbolo de salvação.

O Círio Pascal, grande vela acesa na Vigília, representa o Cristo ressuscitado: luz que vence as trevas e guia os fiéis no caminho da vida.

 

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