Seca na Amazônia deve continuar até dezembro, avisa CEMADEM
Causadas por El Niño, as estiagens do norte do Brasil devem continuar até dezembro, afetando milhares de pessoas
Foto: João Paulo Borges Pedro / Instituto Mamirauá
A seca que vem atingindo o norte do país desde a metade do ano pode estar ligada com o fenômeno El Niño, e baixa das chuvas no Amazonas e no Acre podem continuar até o final deste ano, avisa o Centro Nacional e Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN).
Segundo o Correio, o déficit de chuvas, que chega a -150 milímetros, é o mais alto desde a década de 1980. Apesar disso, o aquecimento trazido pelo El Niño é natural.
O CEMADEN também avisa que com o aquecimento, muitos rios da região podem não atingir o nível normal deles, e atualmente 26 municípios do norte do País estão em situação de emergência, e outros 32 em situação de alerta. A situação está afetando cerca de 200 mil pessoas e também a fauna e flora da região.
Ainda em Setembro, a estação que avalia o Rio Negro, compartilhou que o Rio estava 3,37 metros mais baixo do que o normal para a época do ano.
Além das baixas nos rios, também foram registrados casos de terras caídas, em que as margens dos rios ficam mais sensíveis dado à seca e desabam. Em um desses eventos, duas pessoas morreram e mais de 200 ficaram sem moradia. Os desabamentos podem chegar a quilômetros de extensão.
José Alberto Lima de Carvalho, geógrafo e especialista em no fenômeno, que foi entrevistado pelo Estadão explica: “[A] vazante tem papel importante nas terras caídas, pois, quanto maior for a vazante, mais alto se torna o barranco. Com isso, aumenta a chamada ‘força de cisalhamento’, associada à força da gravidade”