Programa 'Celular seguro' amplia combate a roubos com notificação via WhatsApp

O programa Celular Seguro, iniciativa do governo federal para combater furtos e roubos de dispositivos móveis, ganhará uma nova funcionalidade ao longo desta semana, conforme adiantado pelo colunista Lauro Jardim. A partir de agora, o Ministério da Justiça e Segurança Pública implementará o envio de notificações via WhatsApp para celulares roubados ou furtados que forem habilitados em novas linhas telefônicas. O anúncio oficial está previsto para os próximos dias, mas a medida já desperta atenção por seu potencial de inibir o uso de aparelhos obtidos de forma ilícita, reforçando a segurança dos cidadãos.

Com a atualização, o programa não se limitará a bloquear linhas telefônicas e aplicativos financeiros registrados no dispositivo roubado. Ao detectar a ativação de uma nova linha, o sistema enviará uma mensagem direta ao portador, alertando que o celular é proveniente de um crime e orientando que o aparelho seja entregue em uma delegacia civil. A notificação também trará um aviso claro: quem insistir em manter o dispositivo poderá ser investigado por crimes como roubo, furto, receptação ou até associação criminosa, dependendo do contexto. A estratégia visa coibir a comercialização de aparelhos no mercado paralelo e pressionar quem os adquire a agir dentro da lei.

Lançado em dezembro de 2023, o Celular Seguro já registra mais de 2 milhões de usuários cadastrados e cerca de 50 mil bloqueios de dispositivos, segundo dados do governo. A nova funcionalidade surge como resposta às críticas de que o programa, embora eficaz no bloqueio inicial, não impedia a reutilização dos aparelhos por terceiros. Agora, com a integração ao WhatsApp, o Ministério da Justiça espera aumentar a rastreabilidade e a devolução dos celulares, além de reduzir a impunidade associada a esses crimes. Especialistas em segurança pública, como o delegado Rafael Barboza, destacam que a medida pode desestimular receptadores, mas alertam que sua eficácia dependerá da fiscalização policial e da adesão das operadoras.

A iniciativa, porém, já gera debates. Enquanto alguns elogiam a inovação como um passo contra a criminalidade urbana, outros questionam a privacidade e a possibilidade de falsos positivos, como em casos de vendas legítimas não registradas corretamente. Nas redes sociais, como o X, o tema divide opiniões: há quem veja a notificação como uma “pressão psicológica” eficiente, enquanto outros temem burocracia para provar a posse legal de aparelhos usados. Seja como for, o Celular Seguro dá um salto em sua missão de proteger vítimas de furtos e roubos, apostando na tecnologia para transformar um problema cotidiano em um risco maior para os infratores.