Processo: Claudia Leitte pode desembolsar valor milionário em ação contra suposto racismo religioso
Claudia é denunciada por intolerância religiosa

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A baiana Claudia Leitte pode ser condenada a pagar até R$ 10 milhões por danos morais, por conta da mudança na letra da música "Caranguejo", de "Iemanjá" para "Yeshua". A troca gerou diversas acusações de intolerância e racismo religioso, e o caso é alvo de uma audiência pública promovida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que investiga os impactos da alteração.
A denúncia foi feita pela Iialorixá Jacira Ribeiro e o inquérito foi instaurado após representação do Instituto de Direitos de Matrizes Africanas (Idafro). O caso está sendo analisado pela Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa.
A primeira alteração na letra foi feita no final de 2024, em dezembro, durante o primeiro ensaio de Carnaval, e repetida no pré-réveillon em Recife–PE. Leonel Monteiro, presidente da Associação Afro-Ameríndia, afirmou a importância da ação: "É um marco para que o poder público tome medidas mais firmes contra o apagamento de nossa cultura afro-indígena religiosa".
Vale lembrar que a canção "Caranguejo", não é uma música autoral de Claudia, e sim uma composição de Alan Moraes, Durval Luz e Luciano Pinto. Além disso, segundo alguns insiders, esta não é a primeira vez que a soteropolitana troca os versos de uma canção.
Em coletiva de imprensa, antes de seu show no festival de verão (30), Claudia disse: "Esse é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégio, o racismo é uma pauta que deve ser discutida com a devida seriedade, e não de forma superficial". Além disso, ela completa: "Prezo muito pelo respeito, pela solidariedade e pela integridade. Não podemos negociar esses valores de jeito nenhum, nem jogá-los ao tribunal da internet. É isso"
O caso é investigado pela nova Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa (Decrim), na qual o titular é o delegado Ricardo Amorim. Ele destaca que a unidade representa um avanço no enfrentamento desses crimes de intolerância.
O MP-BA avalia a possibilidade de responsabilização criminal da cantora.