NotíciasBrasilPrefeito de Cuiabá proíbe pronome neutro em eventos públicos: "Todes não existe", afirma

Prefeito de Cuiabá proíbe pronome neutro em eventos públicos: "Todes não existe", afirma

Após barrar fala de professora, Abílio Brunini veta linguagem neutra em ações da prefeitura

| Autor: Redação Varela Net
Prefeito de Cuiabá proíbe pronome neutro em eventos públicos: "Todes não existe", afirma

Foto: RENNAN OLIVEIRA/PREFEITURA DE CUIABÁ

O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), anunciou a proibição do uso de linguagem neutra em todos os eventos vinculados à prefeitura. A medida foi tomada após um episódio polêmico na 15ª Conferência Municipal de Saúde, quando o gestor interrompeu a fala da professora Maria Inês Barbosa ao ouvi-la usar o termo “todes”.

Segundo relato da educadora, ela deixou o evento após se sentir constrangida pela "postura autoritária" do prefeito. A situação gerou reação imediata de militantes presentes, que questionaram Brunini sobre a interrupção. O prefeito, no entanto, manteve sua posição.

“Todes não existe. Todas as pessoas existem, todes não [...] Todes é uma palavra que não existe na Língua Portuguesa. Qual o dicionário está escrito todes?”, declarou.

Na sequência, reforçou que não admitirá esse tipo de manifestação em espaços institucionais:
 

“Usar um instrumento legal da prefeitura de Cuiabá, que é a Conferência Municipal de Saúde, promovida e custeada pelo município, para transformar isso em um ato de militância do pronome neutro, não vamos aceitar”,completou.

A fala do prefeito repercutiu rapidamente na Câmara Municipal. O vereador e também policial federal Rafael Ranalli (PL) apresentou um projeto de lei com o objetivo de vetar o uso da chamada linguagem neutra ou não binária em documentos oficiais, bem como nas instituições de ensino da rede pública municipal.

A medida reacende o debate nacional sobre inclusão linguística, liberdade de expressão e os limites da atuação do poder público em temas ligados à identidade de gênero e diversidade. Até o momento, o projeto segue em tramitação na Câmara de Cuiabá.

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